O dia é dela, dedicado para ela e não tem piadinha nenhuma que faça alguém falar mal da sogra nesta sexta-feira (28). A data comemorativa existe há 65 anos, sendo um decreto do então presidente da república, Juscelino Kubitschek. Mas, em tempos atuais, é possível falar bem da sogra? As entrevistadas de hoje garantem que sim e elogiam não só o “pique”, como a alegria de viver, a parceria e o exemplo que dão para os netos, em muitas ocasiões.

A empresária Patricia Fernanda Vasconcelos, de 31 anos, é casada há 13 anos, possui dois filhos e acumula momentos maravilhosos ao lado da sogra, a corretora de seguros Abrelina de Jesus da Silva Correa, de 59 anos. Aliás, ela brinca que a parceira de festas é “mais baladeira” que ela e também possui uma conduta admirável perante a vida.

“O meu celular está lotado de foto e vídeo com a minha sogra. São muitas recordações. A gente viaja junto, passa o final de ano na praia sempre. E também vamos para balada, barzinho, tudo junto, além das festas de família em comum. Ela é uma pessoa bem guerreira. Trabalhava com salgadeira, acordava 2h da manhã para abrir o comércio logo cedo e não tinha hora para fechar. Mas, estudou e se formou há pouco tempo, uns nove anos, eu acredito, se tornando uma das melhores do seu ramo aqui em Campo Grande”, argumentou Patricia.

Paty em diversos momentos ao lado da sogra. Foto: Patricia Vasconcelos/Arquivo Pessoal
Paty em diversos momentos ao lado da sogra. Foto: Patricia Vasconcelos/Arquivo Pessoal

‘Engraçada e mandona’, diz Paty sobre a sogra

Segundo Paty, como é conhecida, a relação como a sogra Lina, apelido dado por ela, é excelente. “Eu adoro ela, falo ‘I love you’ sem medo. Sem contar que ela é engraçada, possui o mesmo tempo de casada que eu atualmente e tem dois filhos. Para os netos, de 8 e 10 anos, é uma super vó, vive bajulando. Eu brinco que ela é um pouco mandona também, só que eu acostumei”, comentou.

Há alguns anos, enquanto faziam compras na Rua 25 de Março, tradicional pelo comércio popular em São Paulo, Patrícia conta que a sogra caiu no meio da multidão. “Eu perdi ela de vista, quando olhei para trás não a achei mais. Só que, de repente, ela se levantou do chão. Tadinha, foi engraçado, só que ela poderia ter machucado”, lamentou.

Filha ou nora? Neiba é ‘a cara’ da sogra!

Neiba com a sogra 'Elzinha' e o marido. Fotos: Neiba Ota/Arquivo Pessoal
Neiba com a sogra ‘Elzinha’ e o marido. Fotos: Neiba Ota/Arquivo Pessoal

A assessora de imprensa Neiba Ota, de 47 anos, é daquelas que fala bem da sogra onde estiver. Aliás, questionada sobre alguns momentos ao lado dela, chega a se emocionar. “Minha sogra viaja bastante para encontrar com o namorado dela, então, eu brinco que ela vive em uma lua de mel. Ela o conheceu em São Paulo e sempre estão viajando para outros lugares. Mas, quando ela está por aqui, nós malhamos juntas, corremos, a gente tem mil histórias para contar”, contou.

Segundo Neiba, ela e bancária aposentada, Elza Kazue Aratani Marinho, de 75 anos, possuem tanta sintonia que até os gestos são parecidos. “Eu brinco que a gente tem os mesmos tiques nervosos e aí, quando a gente assiste filme, temos as mesmas atitudes. Parece que eu sou o personagem, vou gesticulando e ela faz a mesma coisas, então, somos muito engraçadas juntas”, comentou.

Elzinha ao lado dos netos. Foto: Neiba Ota/Arquivo Pessoal
Elzinha ao lado dos netos. Foto: Neiba Ota/Arquivo Pessoal

Emocionada, Neiba fala que a sogra é um “presente de Deus”. “Ela é uma melhores coisas que me aconteceram neste mundo. É um ser fenomenal e não tem que não conheça a Elzinha e não se apaixone. Quando nos conhecemos, ela me contou que fez uma oração para o Santo Antônio, pedindo para o filho dela casar e, menos de um ano depois, me casei com o Múcio [Marinho, marido]. A oração foi forte e poderosa”, brincou.

Já nos primeiros anos de convívio, Neiba fala que recebeu um presente da sogra. “Minha mãe sonhava em conhecer o Japão, mas, eu estava recém-casada, cheia de despesas e não tinha como. Ela me ajudou e foi tudo lindo e maravilhoso. Acertei depois com ela e a Elzinha sempre foi essa pessoa, que nos ajudou a realizar sonhos. Na família, tem quem fale e até tem ciúmes por sermos muito parecidas. Parece que eu sou filha e não nora. E eu sempre falo que se eu tiver 10% da alegria dela já estou muito bem, pois, a Elza é inspiradora mesmo, sempre alto astral, até nos momentos mais difíceis ela busca o melhor”, argumentou.

Conforme Neiba, a sogra ficou viúva quando jovem e se reinventou. “Quando ela perdeu o marido, ouvia das pessoas que tinham dó dela. A Elza respondia que foi muito feliz com o marido, que construiu uma família linda, mas, que reaprendeu a viver e era feliz daquela forma também”, comentou.

Nora e sogra ‘promovendo’ casais

Com o passar do tempo, Neiba e a sogra passaram a “promover casais”. “A gente fica vendo quem pode juntar com quem e aí inventamos jantares e encontros. E algumas vezes deram certo. E se eu for parar pra pensar, são muitos momentos ao lado dela nestes 18 anos. Ela já recebeu amigas minhas do Japão na casa dela, já me ajudou no reencontro com irmãos que eu nem sabia que tinha, então, é uma pessoa maravilhosa”, finalizou.

‘Mãe e não sogra’, relembra Lizandra

A produtora e documentarista Lizandra Moraes, de 43 anos, também é só elogios para a sogra. Atualmente, morando bem distante dela, fala que a D. Lourdes Vedoy a ajudou muito no cuidado com os filhos. Mesmo separada do antigo companheiro, não deixa de dizer que “teve uma mãe e não sogra”.

“Neste momento estou sem, mas, a mãe do ex me salvou e deu carinho. Cuidou dos meus filhos naqueles dias que não se acha babá e sempre estava pronta para ajudar, Lourdes Vedoy, nunca esquecerei o cheirinho de casa de mãe que ela deixava na minha casa. Agora ela mora longe, no interior do Rio Grande do Sul”, finalizou.

Sogra na cultura popular

Foto: Freepik/Reprodução
Foto: Freepik/Reprodução

A figura da sogra é algo tão difundido que até se tornou música. O saudoso cantor e compositor de MPB, Bezerra da Silva, inclusive fala delas na canção “Sequestraram a minha sogra”, que fala sobre o sequestro e pedido de resgate.

Outro compositor já falecido, o sambista Dicró, também fala da sogra na canção “O Bingo”, em que o prêmio era ela. Zeca Pagodinho também não passou ileso e fala delas na música “A sogra”, além de Moacyr Franco que compôs “Eu amo a minha sogra”, entre outras canções.