Inspirada em capela de Veneza, igreja de tijolinho à vista é obra de arte em bairro de Campo Grande

Capela foi inaugurada no dia 11 de agosto de 1990, inspirada em igreja de Veneza. É a segunda da série que mostra as mais bonitas de Campo Grande

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Capela Sagrado Coração de Jesus Sacerdote. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

A tela vazada ao redor, grama misturada com plantas e flores e a capela de tijolinho à vista, ao centro. O que parece simples destoa na Rua Lourenço da Veiga, bairro Campo Belo, deixando evidente uma das igrejas mais bonitas de Campo Grande. No estilo românico ou franciscano, como também é conhecido, possui inspiração europeia e é considerada uma obra de arte, cheia de detalhes.

O MidiaMAIS inicia a segunda matéria da série que mostra as capelas consideradas mais bonitas da cidade. Inaugurado na década de 90, o local teve participação ativa do padre Luigi Favero, o qual sonhava em construir uma capela exatamente igual a da cidade de nascença dele, Veneza, na Itália. Então, da igrejinha de madeira existente no terreno, houve a demolição para a construção da Comunidade Sagrado Coração de Jesus Sacerdote.

Nascido na Itália, padre sonhava com capela em estilo românico

Capela possui arquitetura em estilo românico. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Capela possui arquitetura em estilo românico. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

“Este estilo românico é muito bonito e eu me inspirei em uma igreja da minha cidade. Falei com o arquiteto e juntos fizemos o projeto, todo de tijolinho à vista. Eu tenho na cabeça exatamente a igreja de lá [Itália] e sonhei em fazê-la na região do Nova Lima. Ela é cheia de detalhes e tem os quadros da via-sacra vindos direto da Itália. Foi uma doação que conseguimos, de uma pessoa já falecida”, afirmou o padre Luigi Favero, de 78 anos.

Detalhe da capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Detalhe da capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Na época, Luigi conversou com uma construtora, a qual conhecia o dono. Entre os funcionários, estava Valdomiro Rodrigues Simões, que frequentava a capelinha de madeira com a esposa e trabalhou na construção da atual.

Emocionado, fala desde quando derrubou as tábuas até o momento em que foi na inauguração, passando pela amizade com o padre Luigi.

“Eu trabalhava no ramo da construção civil, de forma autônoma e depois na Construmat, então, me chamaram para fazer a nova igreja, a qual eu já frequentava quando era de madeira. O padre Luigi se tornou meu amigo. Frequenta a minha casa e tenho muito orgulho em ter ajudado. Agora, você perguntando sobre isso, passa um filme na minha cabeça, erguendo os tijolos“, relembrou, emocionado, o aposentado Valdomiro, atualmente com 66 anos.

No mesmo terreno, existia uma capela da madeira, que foi demolida para a construção da atual. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
No mesmo terreno, existia uma capela da madeira, que foi demolida para a construção da atual. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Ao longo de seis meses, ele disse que a equipe se empenhou na construção da igreja, em estilo românico. A inauguração ocorreu no dia 11 de agosto de 1990. Merendeira de escola na época, a esposa de Valdomiro, Ana de Lira Simões, de 64 anos, também participou ativamente do projeto e sempre está presente nos eventos da igreja.

Capela possui quadros da Via Sacra, que vieram da Itália. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Capela possui quadros da via-sacra, que vieram da Itália. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

“Eu e minha esposa estávamos lá no dia da inauguração. Veio muita gente, entre elas o bispo Dom Vitório Pavanello, que deu a benção. Tinham pessoas de Roma também. É um local lindo mesmo, eu, como se diz, sou suspeito para falar”, brincou Simões.

E dona Ana concorda. “Quando chegamos aqui fazíamos terço. Ali era só de tábua. Na região, não tinha asfalto, não tinha luz e nem água encanada. Tudo foi sendo construído aos poucos”, comentou.

Atual padre da Comunidade Sagrado Coração de Jesus Sacerdote, Carlos Henrique Botura, de 62 anos, mora há dois anos no local. “Esta igreja, de tijolinho à vista, é uma das únicas por aqui e este formato é o que mais me encanta. Estive na Europa e vi algumas neste formato. Acho muito lindo, algo simples, mas, que encanta. Aqui é um local pouco conhecido, mas, todo mundo que frequenta fala desta beleza, da simplicidade”, comentou ao MidiaMAIS.

‘Aqui sinto paz, uma sensação de chegar em casa’, diz ministra

Ministra fala da alegria em servir na capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Ministra fala da alegria em servir na capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Aos domingos, às 9h, além da 1ª sexta de cada mês, às 19h30, o padre Carlos recebe a comunidade. Além dele, está a equipe de ministros. A boleira Aparecida Alves Korzeniewski, de 49 anos, é uma delas. Moradora da região norte, frequenta a igreja há duas décadas e reforça a alegria em servir em um dos locais que ela considera um dos mais lindos da cidade.

Detalhe da capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Detalhe da capela. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

“Acho ela linda, realmente diferente de todas. Gosto da estrutura e dos detalhes ao redor das janelas. Aqui sinto uma paz, um lugar tranquilo e uma sensação de chegar em casa. Sou ministra aqui, então, tenho as chaves e sou eu quem abro aos domingos e em outras ocasiões. Gosto muito de participar da renovação carismática, dos grupo de orações, da palavra, pregação e dos momentos de oração”, comentou Aparecida.

Mãe da duas meninas, Letícia e Angélica, de 24 e 17 anos, respectivamente, Aparecida conta que as filhas também frequentam as missas, aos domingos.

“Venho com a família. Elas também acham lindo aqui. Me lembro uma vez também, em que um seminarista ficou um tempo aqui conosco e aí a família dele veio da Itália. Pediram para tirar foto lá fora, da fachada, porque também acharam linda a igreja”, finalizou.

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