Enquanto as sucuris são totalmente desprovidas de instinto materno, as onças-pintadas fazem de tudo para defender suas crias. Neste dia das mães (14), o Jornal Midiamax destaca o comportamento da espécie com seus filhotes. Ontem (13), o tema foi a maternidade das sucuris.

As onças mamães são companheiras de seus bebês. Até os dois anos de idade, os filhos podem andar juntos com a em uma relação bem estabelecida. Depois desse tempo, é natural que o animal crescido siga sua vida na natureza. Só que, até lá, ele enfrentará muitos percalços para se manter vivo.

E é aí que as onças agem: parceiras dos filhotes, as mães desta espécie costumam ser amigas e protetoras ao extremo. Fábio Paschoal, biólogo que atua como guia na Caiman e largou tudo em São Paulo para viver com as onças em MS, dá um exemplo do que essas matriarcas são capazes de fazer para proteger as crias e faz uma comparação com os leões.

“No caso das onças, mesmo se a fêmea estiver com um filhote, ela pode copular com os machos. Já os leões, por exemplo, quando um macho novo no território destitui o macho dominante, o novo macho vai matar todos os filhotes para fazer a fêmea entrar no cio e copular com ela”, exemplifica ele em conversa com o MidiaMAIS.

Para proteger o filho, onças podem enganar os machos. “Em relação às onças, os pesquisadores acreditam que, mesmo que a fêmea não esteja no cio e ainda esteja cuidando de um filhote, ela vai copular com o macho justamente para evitar que ele mate os filhotes. Se o macho ver a fêmea com o filhote, vai pensar que é um filho dele e não vai matar”, relata Paschoal.

Onças são mães carinhosas e cuidadosas

E não para por aí. As diferenças entre as onças e as sucuris, ambas consideradas espécies rainhas do Pantanal, são inúmeras. Na realidade, os felinos agem de forma oposta aos répteis. Enquanto as sucuris abandonam os filhotes assim que eles nascem, as onças não só cuidam, mas brincam com seus bebês.

Muito carinhosas, as mamães amarelas rolam, pulam, distraem as crianças e ainda buscam o alimento para as crias. Sendo assim, fotógrafos e biólogos que atuam na região do Pantanal sul-mato-grossense costumam avistar e registrar com frequência esses momentos de afeto entre matriarcas e seus filhotinhos. Veja alguns deles:

Artigo desenvolvido recentemente pela equipe Onçafari e colaboradores revelou estratégias demográficas e reprodutivas da onça-pintada no Brasil. O estudo de longo prazo também traz à tona alguns detalhes sobre as mães desta espécie.

Sobre ser uma mãe onça-pintada

Conforme o artigo, que é resultado do primeiro estudo de longo prazo e em grande escala sobre o comportamento reprodutivo e a dinâmica populacional das onças, o tamanho médio de casa ninhada é de 1.43 filhotes, sendo que há uma ligeira predominância do nascimento de fêmeas.

As mamães onças-pintadas costumam parir entre abril/maio e outubro/novembro, que correspondem ao final e ao início da estação chuvosa no Pantanal.

Além disso, em média, as onças-pintadas têm 8.13 filhotes ao longo da vida. O intervalo de nascimento de um filhote e outro é de aproximadamente 2 anos.

Por fim, enquanto a maior parte das fêmeas permanece na área de vida da mãe, todos os filhotes machos avaliados pela pesquisa foram para longe da área em que nasceram.

Veja mais registros de flagras entre onças-pintadas e seus filhotes no Pantanal de Mato Grosso do Sul:

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