Prestígio sul-mato-grossense? Entenda como MS emplacou 2 novelas no horário nobre em menos de 1 ano
“Terra e Paixão”, nova novela da Globo ambientada em MS, estreia nesta segunda-feira (8), depois do Jornal Nacional e menos de 1 ano após o fim de Pantanal
João Ramos –
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Dois anos seguidos com duas novelas ambientadas em Mato Grosso do Sul no horário nobre. Todo mundo já sabe que, nesta segunda-feira (8), a TV Globo estreia “Terra e Paixão”, seu novo folhetim das 21 horas com cenas gravadas em MS. Há 1 ano, o Estado também brilhava na telinha com o remake de “Pantanal”. Isto posto, de onde surgiu o interesse repentino e reiterado dessas obras por um lugar que era completamente “esquecido no churrasco” pela ficção nacional?
É importante ressaltar que as escolhas que levaram MS para a faixa mais importante da emissora nas duas ocasiões contam com motivações diferentes. Desse modo, entenda a seguir como Mato Grosso do Sul despontou na dramaturgia brasileira e o que fez o Estado ser escolhido duas vezes quase seguidas como cenário dos principais folhetins do canal.
Primeiro, é preciso lembrar que “Pantanal” era um remake de um clássico dos anos 90 e, portanto, seguia um script pronto. Em contrapartida, “Terra e Paixão” é uma história original escrita e criada por Walcyr Carrasco.
No caso de “Pantanal”, o nome já diz tudo. Era uma novela ambientada no bioma, que abrange boa parte do território de MS. Em 1990, quando exibida originalmente na TV Manchete, a trama de Benedito Ruy Barbosa também realizou suas gravações integralmente na região de Aquidauana. Desse modo, o remake escrito por Bruno Luperi só tomou a decisão de gravar no mesmo lugar.
Assim, a área do Pantanal sul, em Aquidauana, voltou a brilhar nas telinhas 32 anos após a novela original da Manchete. Contudo, poderia a TV Globo ter escolhido gravá-la no Pantanal de Mato Grosso, mas não foi o que aconteceu. Todos concordaram que o remake deveria ser filmado em MS e nos mesmos lugares que a novela de 1990 foi gravada. Inclusive, com a mesma sede da fazenda de Zé Leôncio (Cláudio Marzo e Marcos Palmeira).
Dessa forma, até os cenários originais seriam preservados na adaptação da história, que contou com uma produção repleta de nostalgia. Repetir as locações de MS, para os envolvidos no projeto, deixaria a obra com a “cara” da versão original. E deu certo.
Terra e Paixão
Já no caso de “Terra e Paixão”, a decisão de rodar o folhetim em Mato Grosso do Sul não partiu da TV Globo, mas sim do autor Walcyr Carrasco. A Globo só deu o ok. Com base em suas memórias de infância, que podem ter sido despertadas pelo remake de “Pantanal”, Carrasco se lembrou da terra vermelha da região que conheceu quando era pequeno, porque um tio vivia em Dourados.
Encantado com as possibilidades de suas lembranças, o escritor selecionou Mato Grosso do Sul para ser o pano de fundo de sua próxima obra: é da terra vermelha encontrada no Estado que Walcyr quer falar.
Qual a história de Terra e Paixão, nova novela ambientada em MS?
Em “Terra e Paixão”, a protagonista Aline (Bárbara Reis) começa uma trajetória para defender seu legado e construir um futuro melhor para si e para sua família. Após o assassinato do marido durante uma tentativa de invasão das terras onde vivem, a professora se torna produtora agrícola sem nunca ter plantado uma semente. Ela enfrentará tudo e todos para realizar seu novo sonho.
Assim, Aline se conecta com Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro), dois irmãos que se gostam, mas estão no centro de uma disputa por herança, na abastada família do produtor rural Antônio (Tony Ramos), que tem como principal incentivadora Irene (Gloria Pires), sua segunda esposa.
Ao perceberem a força da protagonista, os dois se apaixonam perdidamente por ela, sem imaginarem que se trata da mesma pessoa. Ambientada na fictícia Nova Primavera, a novela tem como cenário principal as grandes plantações, repletas de modernidade e tecnologia, com toda a diversidade do universo rural, suas cores, cultura e vivências.
Se preparem
Autor de folhetins de sucesso, Walcyr Carrasco define “Terra e Paixão” como uma novela clássica, sobre a força do amor, esperança e ambição. “A história apresenta um grande drama amoroso e uma luta por herança, em um ambiente agrícola, rural. Uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas”, adianta Carrasco.
“Estou fascinado pela tecnologia implantada na agricultura nos dias atuais, eu me apaixonei por esse ambiente e quis trazer para as telas”, revela o autor.
Agora, MS salta aos olhos dos produtores de ficção televisionada, fato que tem trazido um retorno significativo para o turismo e outros setores que movimentam a economia.
A escolha de histórias ambientadas em Mato Grosso do Sul tem sido avaliada quase como sucesso garantido e novelas gravadas no Estado se tornaram uma espécie de “curinga”, decisão acertada, para salvar a audiência em casos de extrema necessidade – justamente como ocorreu na passagem de bastão de “Um Lugar ao Sol” (2021) para “Pantanal” (2022) e de “Travessia” (2022) para “Terra e Paixão” (2023).
Por fim, vale lembrar que “Terra e Paixão” estreia nesta segunda-feira, dia 8 de maio, substituindo “Travessia”, logo após o Jornal Nacional. Será que os sul-mato-grossenses vão gostar?
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