Integrantes de blocos carnavalesco que desfilam por ruas do Centro nos próximos dias afirmam que o plano de contingência da PM (Polícia Militar) não permitirá que o percurso tradicional seja realizado este ano durante os dias de festejo. Isso porque pedido feito pela IECG (Igreja Evangélica Comunidade Global) alega que o desfile prejudica as atividades da organização.
“Estão querendo mudar a rota do cortejo por conta do pedido dessa igreja, que fica na Rua 14 de Julho. Porém, pelo que nós entendemos, o horário dos cultos não batem com o dos cortejos. Além do mais, todo o percurso dura no máximo uma hora, só passaríamos por cerca de dez minutos em frente a esse local. O problema é que não estamos conseguindo apresentar essa questão para a segurança”, pontua Tábata Camila, do bloco Farofa com Dendê, que deve desfilar na terça-feira (21).
O Carnaval na Esplanada contará, nos próximos dias, com quatro blocos, dos quais três fazem desfiles tradicionais no mesmo percurso. A rota é sair da concentração na Esplanada Ferroviária pela Avenida Calógeras, dobrando na Rua Antônio Maria Coelho, em seguida pela Rua 14 de Julho e retornando à Esplanada pela Rua General Melo.
A representante do bloco confirmou que, na ocasião, os presentes foram informados da proibição de realizar o desfile tradicional tinha sido determinado pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), após pedido da IECG, e que uma nova rota foi apresentada.
“Mas, além de encurtar o trajeto tradicional, a solução que deram seria dobrar da Esplanada já na Avenida Mato Grosso para subir a 14 e retornar à concentração. O problema é que nesse trecho também ficam os ambulantes, as barracas. Sempre ficaram ali, é o combinado. Há um risco de segurança passar uma multidão e um trio elétrico naquele trecho”.
Motivado por ‘bom senso’
De acordo com o pastor Evaldo Machado, que atua na IECG, o pedido é motivado por uma questão de “bom senso”.
“Estamos ali há 30 anos, temos as nossas reuniões aos sábados e mais quatro aos domingos. É uma questão de bom senso, porque é inviavel no horário de entrada e saída dos membros que esteja ocorrendo o cortejo. E nos anos passados tivemos pessoas que estavam sem camisa, um pouco mais alteradas, que tentaram entrar na igreja, com o som alto”, pontuou o pastor ao Jornal Midiamax.
Machado destaca que o pedido não foi feito formalmente, mas mencionado em tratativas com a PM sobre a ocupação das ruas do centro durante o carnaval – neste ano, somente a PM ficará responsável pelo policiamento da região nos próximos dias.
“Houve reuniões onde estavam representantes da PM, quando essas questões foram pontuadas. Não é um pedido recente, então creio que foi avaliado por todos”, acrescenta o pastor.
Procurado pela reportagem, o Comandante da CPM (Comando de Policiamento Metropolitano) da PM, Coronel Almeida, pontuou que uma nova reunião deve discutir com os blocos as novas determinações e que se pronunciará após a realização.
Também acionada, a titular da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), Maria Bethânia Gurgel negou que a pasta tivesse determinado mudança do trajeto.
“Houve, sim, encaminhamento da igreja à PM, mas isso ainda será decidido. Ontem (15), a Fundação de Cultura fez essa coletiva com representantes de bloco, que estão pedindo o cortejo. Vamos promover reunião ainda nesta tarde para passar à imprensa a decisão que vai ser tomada”, relatou a gestora.
Carnaval na Esplanada terá 150 policiais na segurança e entrada somente em dois locais
Mais de 150 policiais militares farão a segurança nos bloquinhos de rua no Carnaval de Campo Grande, entre os dias 17 e 21 de fevereiro. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (15), com a presença de representantes dos blocos de carnaval de rua, de segurança, trânsito e do poder público, sobre como funcionará o carnaval na Esplanada Ferroviária.
De acordo com o comandante do policiamento metropolitano, Coronel Emerson de Almeida Vicente, uma novidade em 2023 é que o acesso aos locais de folia serão feitos por apenas duas entradas, uma na Avenida Calógeras com a Rua Antônio Maria Coelho, e a segunda na Avenida Mato Grosso entre as Ruas 13 de Maio e 14 de Julho.
O restante do perímetro será fechado e contará com agentes que farão a orientação do público sobre os pontos de entrada.
