Detonada por sul-mato-grossenses, a chipa com mel da novela “Terra e Paixão” já é uma realidade em . Apesar da população de não ter curtido em nada a representação da iguaria no folhetim da TV Globo ambientado no Estado, em Campo Grande já é possível comprar chipa com mel e outros ingredientes mais.

Feita com nozes, queijo brie e claro, o mel, a chipa diferentona vendida na Capital foi elaborada pela dentista Francielly Alberti, de 35 anos, bem antes da trama de Walcyr Carrasco mostrar a protagonista misturando o doce ingrediente com chipa. Segundo ela, a criação faz parte do cardápio de natal de sua chiparia na cidade.

“Quando chega essa época, voltamos a fazer as chipas especiais inspiradas nos sabores do Natal; dentre elas, temos uma que leva queijo brie, mel e nozes e, esse ano, vem repaginada levando ao invés de queijo brie, requeijão de corte. Esse é o único jeito que ouvi falar de chipa com mel, até hoje”, conta ela ao Jornal Midiamax.

Chipa com mel é licença poética?

Fran comenta que não curtiu a forma como a novela “Terra e Paixão” ensinou a receita: com mel e canela na massa crua, antes de assar. “O dia que passou na novela fiquei desapontada, pois não vai nem água, nem mel, e muito menos canela na massa… a propósito, não perco nenhum capítulo”, comenta a dentista.

“A novela se passa no nosso estado, e na ambientação esperava ver chipas no café da manhã, a raiz mesmo… Porém, quando a personagem Aline falou de fazer uma comida leve, com seu filho João, meu olho já brilhou, porque quer queira quer não, falou da gente, na nossa cultura, e vejo isso como um lado bom”, recorda sobre a cena que gerou a maior em MS.

“E, por fim, prefiro pensar na ‘licença poética' e por que não pensar em fazer algo assim e ver no que vai dar rs… a cozinha é um espaço livre para criar e reinventar receitas”, ressalta Francielly.

Questionada se não considera chipa com mel um “crime culinário”, a criadora da receita que é vendida em Campo Grande responde: “Considero [crime] contra chipa se a receita não usar queijo, se se valer de ‘massa de pão de queijo' ou ‘essência de queijo' para dar sabor, ao invés do queijo raiz”, dispara Fran.

chipa com mel
Chipa com mel, nozes e queijo brie elaborada por Fran – (Foto: Arquivo Pessoal)

Dentista fazendo chipa

Mas, como a dentista passou a criar receitas de chipa e também vendê-las? Fran relata que, no início da pandemia, por motivos de saúde, precisou parar de atender. Ela então se mudou de para Campo Grande e, pensando em trabalhar com algo que poderia fazer e que teria chances de dar certo, ela decidiu abrir a chiparia chamada Chipa Guasú.

“A princípio, ela não tinha esse nome, e eu vendia além das chipas tradicionais, algumas recheadas. Quando uma pessoa me disse que passaria uma receita pela qual me apaixonaria, duvidei… era a receita da Chipa Guasú, tanto me apaixonei, que se tornou o nosso nome”, recorda.

Apesar disso, o local não vende apenas Chipas Guasú em Campo Grande e a dentista defende a proposta. “No Paraguai existem mais de 70 tipos de chipas, porém, aqui no Brasil a mais conhecida é essa em formato de ferradura, à base de polvilho e queijo; já a Chipa Guasú é feita a base de e queijo, lembrando uma sopa paraguaia, só que muito mais cremosa”, explica Francielly.

“A receita da chipa tradicional (em forma de ferradura) da Chipa Guasú, foi elaborada por mim e é totalmente artesanal, à base de polvilho e queijo, não contém glúten, nem fermento e muito menos farinha. Essa receita é a base dos diversos sabores recheados que possuímos que vão desde sabores salgados, como a campeã de vendas, carne seca com catupiry até as doces, como a Nutella”, reforça.

Atualmente, Francielly voltou a atender como dentista, mas, no período matutino, costuma estar em sua chiparia em Campo Grande. Assim, ela concilia os atendimentos com a culinária sul-mato-grossense, da qual segue desbravando e representando à sua maneira.

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