Conservado com cuidado em uma caixa de lembranças especiais, há três décadas o empresário e promotor de eventos, Carlos Loss, guarda com carinho parte da história: o ingresso do show icônico de Tina Turner em sua única e meteórica passagem pelo Brasil. (Confira o vídeo no fim da matéria)

Em 16 de janeiro 1988, Carlos vivia a experiência de ver a diva de perto em seu primeiro show internacional. No Estágio do Maracanã, no Rio de Janeiro, Tina atraiu o campo-grandense e outros 188 mil fãs, em uma apresentação que lhe rendeu destaque no livro dos recordes como artista solo que mais reuniu pagantes em um show. 

Mesmo com o passar de 35 anos, o ingresso em papel moeda permanece intacto e traz recordes do tempo em que até a moeda no País era outra. Para assistir Tina, o promotor de eventos desembolsou 800 cruzeiros.

“Eu tenho na mão o comprovante de que fiz parte de um show histórico no País. Para algumas pessoas isso pode não ser nada, mas para um fã é algo muito importante, coisa de arrepiar e motivo para lembrar de uma cantora que tinha e tenho como ícone”, comenta o empresário. 

Com carinho, Loss resgata memórias e lembra de detalhes do dia em que viajou de carro de Campo Grande até o Rio de Janeiro. “Eu nunca tinha entrado no Maracanã, cheguei faltando uma hora para começar o show e fiquei no meio do gramado. Minutos depois aquele estádio enorme foi lotando de gente e uma multidão se formou”, detalha. 

Para ele, as palavras até faltam para descrever o momento em que Turner apareceu em uma plataforma na lateral do palco. A Rainha do Rock acenou para o público, dançou ao som de instrumentos, e se direcionou para o meio do palco, onde fez o que sabia de melhor: soltar a voz. 

“Era a diva da geração, foi uma apresentação linda. O gramado estava lotado, não tinha nenhuma falha. Como a própria música dela diz, foi ‘The Best’”, acrescenta. Carlos Loss. 

O adeus a Tina Turner 

Na tarde de ontem (24), anúncio informava ao mundo que a voz de Tina se calou nesse plano. Agora, o timbre marcante e potente permanecerá eternizado em suas produções e nas lembranças de admiradores como Carlos. 

“Fiquei triste pela partida e me sinto grato por ter tido a chance de curtir as músicas dela naquela época, e de ter ido ao show. Foram momentos inesquecíveis. Ontem, vendo o noticiário falar dela, fiquei arrepiado porque aquela mulher era um ícone”, finaliza.  

Dona de oito Grammys e responsável pela venda de mais de 100 milhões de dicos no mundo todo, Tina Turner morreu na tarde de ontem (24), na casa onde morava na Suíça. O anúncio foi feito pelo assessor da cantora.

“Tina Turner, a ‘Rainha do Rock n’ Roll’, morreu pacificamente hoje aos 83 anos após uma longa doença em sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo”, afirmou o assessor, Bernard Doherty.

Em 2019, cantora fez uma publicação no Instagram relembrando o show histórico no Brasil. O texto foi anexado a uma foto de Tina no gramado do Maracanã.