Etiqueta no busão? Folgado, espaçoso e gritaria de aluno, passageiros contam o que mais irrita
Acostumados com a rotina de usar o coletivo, maior parte dos passageiros prefere “abstrair” do que entrar em conflito com desconhecido
Karina Campos –
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Todo usuário do transporte público há de concordar: pegar ônibus todo dia é estressante. O Jornal Midiamax ouviu a opinião de passageiros que usam frequentemente os coletivos para saber o que mais irrita na rotina, afinal o uso coletivo requer uma certa ‘etiqueta’ pra evitar transtornos. Liderando as reclamações, a gritaria de alunos e passageiro espaçoso são situações que mais causam desconforto.
Entre todos os passageiros ouvidos, evitar conflito com outra pessoa e abstrair uma situação inquietante é a melhor saída. Para eles, não há como mudar em poucos minutos de convivência a maneira do outro se portar em sociedade.
Mesmo acostumada, Rosimeire Rangel de Oliveira Garcia fala que o barulho é desagradável. Por si só, o coletivo já ultrapassa volume de som. “O barulho incomoda, pessoas ouvindo ou falando no celular muito alto, conversa muito alto. Os alunos gritam muito dentro do ônibus, xingam muito, falam muito palavrão pesado”, relata. Perguntada sobre o que faz em situações assim, ela complementa: “fico na minha”.
O casal de idosos Elza Luzia Dias e Benedito Antunes mora no bairro Taveirópolis e é do time que faz o máximo para evitar andar de coletivo, não pela idade e sim pelos inconvenientes que a nova geração resulta, o clássico de ter que esperar bom senso para ceder um lugar.
“É difícil pegar ônibus pela nossa idade, pegamos pouco, não sabemos mexer [carro de aplicativo]. Vejo dentro do ônibus muito aperto, a gente fica incomodada com certas coisas que vê. Tivemos uma educação [diferente], fomos criados com muita educação, vemos hoje como está a rebeldia das pessoas, não tem respeito”, conta.
Também fugindo de confusão por falta de etiqueta, Elza explica que outras pessoas já brigaram por eles após ver falta de gentileza. “Um rapaz das Forças Armadas olhou um menino e disse ‘levanta, dá lugar para senhora’. Eu fiquei com vergonha pelo jovem de ter que ouvir. Eu agradeci o militar, por mostrar a educação”.
Sem espaço
Horários de pico costumam lotar coletivos, a falta de espaço aborrece até quem está sentado. “[Fico estressada] quando chega gente que ocupa todo o espaço, por exemplo, sento perto da janela e a pessoa fica empurrando, é bem chato. Quando abre a janela quando está chovendo. Eu fico olhando para ver se a pessoa se toca, mas não”, disse a estudante Tamires dos Santos Souza.
Por ser um espaço coletivo, atitudes que desagradam acabam ficando toleráveis. Suelen Rocha, técnica de enfermagem, concorda que há pessoas sem gentileza na rotina. “[Irrita] uma pessoa abrir a janela quando está chovendo, nem te pede licença e já vai puxando. Sempre [acontecem coisas chatas], a gente só olha, não compensa falar nada”.
Para Bruno Teixeira de Souza, a maior problemática na rotina é desencadeada em dias da semana, dias letivos em que estudantes lotam os ônibus. “Alunos não respeitam, colocam som alto e não dão lugar para pessoal com cadeira de rodas”.
Por outro lado, a estudante Milena Bittencourt diz que falta cordialidade nas rotas. “Entro no [ônibus] e sou quase injetada porque não tem assento, principalmente em horário de pico. A galera é sem paciência. Uma vez, quase prendi meu braço porque estava muito cheio”, relembra.
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