‘Enigmas no Rolê’: filme de campo-grandense é o único do Estado selecionado em projeto de cinema
FomentaCine é oportunidade para equipe conseguir fundos para a conclusão de longa-metragem que chega às telas em 2024
Jennifer Ribeiro –
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Apaixonado pelo universo cinematográfico desde a infância, o campo-grandense Ulisver Silva, de 39 anos, é um dos selecionados no FomentaCine, um “Mercado-Seminário” de Cinema voltado para realizadores e produtoras cinematográficas que vai promover palestras, consultas, rodadas de negócios, pitching e encontro com distribuidoras independentes, em Brasília. Ulisver, que hoje é diretor e roteirista, representará o Estado com seu longa-metragem ‘Enigmas no Rolê’.
O longa começou a ser escrito em 2020, bem no início da pandemia, e só foi concluído em 2021. No ano seguinte, em 2022, uma grande conquista: o roteiro foi aprovado pelo projeto de Investimentos Culturais, da Fundação de Cultura de MS, o que proporcionou a verba para a produção do filme. Atores e equipe técnica contratados, incluindo cinco alunos de audiovisual da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em janeiro de 2023, as filmagens do filme começaram.
“Passamos o mês de maio inteirinho fazendo as imagens em vários lugares de Campo Grande, cerca de 40 pessoas envolvidas. Foi um trabalho muito intenso, bastante trabalhoso, mas bastante organizado da nossa parte também, porque a gente conseguiu gravar tudo sem estourar o orçamento, dentro do prazo e foi muito gratificante pra todo mundo que trabalhou”, conta Ulisver.
Agora que as filmagens foram concluídas, um novo desafio para a equipe é conseguir o recurso necessário para a conclusão do projeto. “O dinheiro que a gente conseguiu foi só para as filmagens. Agora outra parte é edição, finalização, correção de cor… O filme tem uma cena de desenho animado também, então toda essa segunda parte tem um custo alto”, explica.
Dessa forma, ser aprovado no FomentaCine dá a eles a oportunidade de alcançar esse objetivo, já que poderão mostrar o projeto do filme, que está em andamento, para as distribuidoras cinematográficas que estarão no evento.
“Nós estamos em busca de recursos para essa parte de pós-produção. Tudo dando certo, a gente pode conseguir um contrato para uma distribuição comercial do filme, mesmo ele ainda não estando pronto. Então é uma oportunidade excepcional, porque a gente até consegue dinheiro pra produzir o filme, mas pra lançar ele em grande escala é muito difícil, precisa de um parceiro a nível nacional para fazer isso. O FomentaCine vai ser a nossa primeira oportunidade para conseguir um apoio como esse. É uma vitória bem bacana para a gente ter a oportunidade de estar nesse evento”, conta.
“Enigmas no Rolê”
Enigmas no Rolê é uma obra infantojuvenil que narra a história de um jovem professor muito idealista, que desafia seus sobrinhos a resolverem quatro enigmas lógicos em troca de um presente. O filme é uma mistura de aventura e comédia, com alguns toques de drama, em que dois adolescentes precisam passar um dia inteiro resolvendo desafios lógicos para receber um presente do tio. É um filme onde a aventura se passa dentro da cabeça dos personagens e em cada desafio que eles precisam resolver, o espectador vai poder ver o raciocínio deles por meio de desenhos animados, maquetes e elementos gráficos de uma maneira bem divertida. A obra fala sobre a importância do raciocínio lógico na formação de uma pessoa, e o quanto saber resolver problemas pode abrir oportunidades de vida para alguém.
“Enigmas no Rolê será meu primeiro longa-metragem. Eu gosto da temática infantojuvenil! As produções que eu fiz até agora sempre envolvem esse universo da criação, criatividade, da resolução de problemas. Normalmente são essas temáticas que eu abordo nas minhas obras”, explica.
Desafios de fazer cinema em MS
Ulisver também contou sobre as dificuldades que os profissionais de audiovisual encontram em Mato Grosso do Sul.
“Até pouco tempo atrás nós não tínhamos curso de cinema em Campo Grande, então, para eu ter acesso a esse conhecimento, eu tive que ir para São Paulo fazer cursos lá e depois voltar. Vejo que a maior dificuldade é o conhecimento mesmo. Agora a coisa começou a mudar porque nós temos curso de audiovisual na UFMS, a primeira turma está se formando esse ano”, explica.
O diretor também explica sobre a participação dos alunos da primeira turma de audiovisual da UFMS no longa.
“A primeira turma a ser formada trabalhou nesse filme, então é um marcador histórico importante. Nós tivemos vários profissionais importantes trabalhando no filme, nossa equipe é muito diversa e que fez um trabalho maravilhoso no filme”.
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