“Isso significa muito para mim”. Aos 24 anos, a jovem Marina Fukuda realizou na última terça-feira (28) um sonho vivido com o pai. Filha do Robson Fukuda, que morreu em 2021 no auge da pandemia combatendo o coronavírus, ela conseguiu uma vaga no curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

A comemoração da conquista aconteceu nesta quarta (1º), justamente no dia em que o pai faria aniversário. “Queria muito que ele estivesse aqui para comemorar comigo. Ele me apoiou demais durante meus anos tentando”, diz Marina ao Jornal Midiamax.

“Sempre me inspirei bastante nele, em quem ele era profissionalmente e como pessoa. Ele sempre foi um pai muito paciente, que sempre teve muito carinho por mim e por meus irmãos”, relata a jovem.

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Marina e o pai, Robson – (Foto: Arquivo Pessoal)

“Era como um mentor pra mim”, diz Marina sobre o pai

Antes de conseguir passar em medicina, ela cursou três anos de Ciências da Computação, até perceber que queria mesmo era ser médica.

“Meu pai também sempre foi um guia para mim. Quando tomei coragem para buscar conquistar a medicina, ele me apoiou e também me advertiu sobre os desafios da área. Ele era como um mentor para mim”, comenta.

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Jovem comemora vaga em medicina na UFMS

Marina não teve a oportunidade de se despedir do pai. A morte do médico aconteceu em um dos piores picos da Covid-19 em MS. Voluntário atuante da linha de frente, Robson estava internado há 2 meses na UTI quando faleceu em janeiro de 2021 e já não morava em casa.

Para proteger os filhos e a esposa, o profissional se mudou para os fundos da clínica veterinária da esposa e de Marina. Ainda assim, não conseguiu escapar do vírus. Apenas a esposa conseguiu visitá-lo na UTI. Desse modo, a despedida não foi possível para os filhos.

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Dr. Robson e a família – (Foto: Arquivo Pessoal)

Saúde declarou que Robson foi “estrela salvadora de vidas”

Como se não bastasse, a jovem realizou a prova do 2021 uma semana após enterrar o pai. Dois anos depois, Marina está radiante e ao mesmo tempo triste porque ele não está aqui para ver tudo isso.

Além de Marina, Robson deixou mais dois filhos e a esposa. Quando faleceu, ganhou em nota da saúde de Mato Grosso do Sul os títulos de “pai, marido, médico e salvador de vidas”. “Ser humano inesquecível que nos deixa o legado da humildade, ética e amor ao próximo. Sua história não começa e nem termina hoje, sua história perpetuará na construção da saúde em Mato Grosso do Sul”, escreveu a secretária de Estado de Saúde de MS na época.

“Doutor Robson, nosso médico do SUS, exemplo de guerreiro, de compromisso e eterna bondade. O céu ficou mais bonito, pois ganhou uma estrela nova… a ‘estrela salvadora de vidas'”, concluiu a nota.

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Família lamenta não comemorar conquista de Marina junto com Robson – (Foto: Arquivo Pessoal)

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