Alguém aí conhece o “Carlinhos do reco reco?” Mas, o “Mussum”, dos trapalhões, sabe quem é? E se eu te disser que estou falando da mesma pessoa? Sim, o personagem do humor que tanto encantou no final da década de 60, 70 e 80 era também um sambista de mão-cheia e um filho que esteve ao lado da mãe a vida inteira, sempre a exaltando e a enchendo de amor. Isso não quer dizer que não deu trabalho…

O filme, em cartaz nos cinemas, começa mostrando Mussum em uma fatídica cena, na qual ele grava uma cena para os Trapalhões, enquanto nos bastidores ficam sabendo que a mãe dele tinha sido hospitalizada. Assim que avisado, sai às pressas para o hospital e retorna com ela para casa.

Em seguida, a cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes faz uma volta ao tempo e mostra o menino brincando de bola, mas, sempre “de olho” nas rodas de samba. A mãe, trabalhando duro como doméstica, vira e mexe tinha que sair atrás do garoto, até que o levou junto no serviço e foi repelida pelo patrão, dizendo que poderia “ir no outro dia sem o garoto”.

Mussum ensinou a própria mãe a ler e a escrever

Foi aí que ela conversou com uma comadre e desabafou sobre o ocorrido. Na mesma hora, ela decidiu ajudar e disse que tinha uma vaga em uma escola para ele, porém, o menino passaria a semana lá e só veria a mãe aos finais de semana. Mesmo sofrendo, leva o Carlinhos para o local e diz que vai ser bom para ele.

Trecho do filme mostrando Carlinhos, o Mussum, enquanto garoto. (Graziela Rezende, Midiamax)

Um tempo depois, quando se encontram, uma cena linda acontece, em que o filho ensina a mãe a escrever, principalmente o próprio nome dela, que era um sonho antigo. O garoto então segue com os estudos e entra para a aeronáutica, usando a roupa que a mãe tanto quisera. Orgulhosa, pede ao filho para acompanhá-la em um casamento e ir com esta vestimenta.

É lá que ele conhece a primeira namorada, que seria a mãe do primeiro filho dele. Ao chegar em casa, fala que vai dormir, mas, “dá um perdido” na mãe e vai pro samba. A irmã, cúmplice, também segue pra farra. Nestes locais, Carlinhos – que até então nem sabia que seria o nosso eterno Mussum – o jovem entra em contato com artistas e personalidades, como Elza Soares e Mané Garrincha, por exemplo, que parabenizam ele e os amigos, integrantes do grupo “Os modernos do Samba”.

Chamado para um teste, diz que não pode ir na data porque “tem o quartel”. Os amigos continuam dizendo que ele é sambista e precisa largar disso, mas, ainda assim, continua conciliando com a carreira militar. Ao chegar no México, para um show, recebe um triste telegrama e fica sabendo que a esposa sofreu um acidente no trabalho e perdeu o bebê. Na hora, decide ir embora, quando o contratante lhe diz: “Vai se apresentar ou está fora do grupo. Aqui a gente sorri para plateia e morre por dentro. A vida de artista”.

Escalado para substituir Grande Otelo

Ator Ailton Graça é quem fez o personagem do Mussum (Graziela Rezende, Midiamax)

De volta para o Brasil, vai se apresentar com o grupo no teatro e é escalado para substituir o eterno ator e comediante Grande Otelo.

Sem decorar texto, improvisa no palco, faz todos darem risada e ali é chamado de Mussum pela primeira vez. Mesmo sem querer, o apelido pegou, bem como o talento como humorista aflorou.

As gravações então iniciam, a mulher se cansa de ficar sozinha com o filho em casa e o abandona. Mussum entende que precisa partir para São Paulo, pois, “o dinheiro tá lá”, comentou um colega. Carlinhos então convence os amigos e os agora “Originais do Samba” vão para a capital paulista. Lá ele conhece Neila, a segunda esposa que seguiria com ele ao longo da vida.

Em um encontro, Mussum conhece Dedé o convida para “Os Trapalhões”. As gravações são cada vez mais intensificadas, até que ele tem uma conversa sincera com o “bigode”, um dos integrantes do grupo e segue sua carreira no humor, além de ator, cantor e compositor. As cenas finais são emocionantes e lembram que “a gente pode tudisss” nesta vida…

Veja o trailer do filme:

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