Viola do filho de Almir Sater é amaldiçoada pelo diabo em Pantanal

O “cramulhão”, ou diabo, é figura presente em várias novelas do autor Benedito Ruy Barbosa. Em “Pantanal”, um de seus maiores clássicos, não poderia ser diferente. Apesar do remake ser adaptado por seu neto Bruno Luperi, a trama original do peão Xeréu Trindade será mantida. Vivido por Almir Sater na versão da TV Manchete, Trindade agora será interpretado por Gabriel Sater, o filho mais velho do cantor.

Na história, ele é temido por ter feito pacto com o diabo. Sua sina, como de todo tocador, é seguir o som da viola, e nada mais. Assim Trindade trilha seu caminho, pingando de fazenda em fazenda. O peão trabalha em troca de e guarita e comida, até o dia em que chega à fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira), causando o estranhamento de todos.

Acolhido por caridade de Tibério, outro peão violeiro, Trindade pernoita por ali. Em 1990, na Manchete, Tibério foi vivido por Sérgio Reis e, agora, o personagem caberá ao cantor Guito. Apesar da ajuda do amigo, Trindade se assenta na fazenda por obra de sua viola “enfeitiçada pelo cramulhão”. Do instrumento e das premonições que ele profetiza com tamanha propriedade, fazendo os mais céticos darem fé do impossível.

É com base nessa lenda que o papel do violeiro se sustenta: cheio de mistérios, causando medo e prevendo acontecimentos. Na versão original, Trindade precisou morrer na história porque Almir Sater foi convidado a protagonizar a trama seguinte: “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, outro clássico da TV Manchete. 

Fazendo sucesso, Almir aceitou ser Zé Trovão e deixou as gravações de “Pantanal” antes do término, já que “Ana Raio” era a substituta da mesma. Agora, no remake, no entanto, não se sabe se a morte será mantida ou se personagem ficará até o fim.

Para Gabriel Sater, é um privilégio dar vida ao emblemático papel que marcou o início da carreira do pai como ator. O primogênito de Almir já atuou em filmes e novelas, mas declarou sobre Trindade, de “Pantanal”: “Eu quis esse personagem mais do que qualquer outro na minha vida”, disse ele.