A maioria do tempo em casa, tudo o que um idoso quer é se sentir produtivo mesmo após a aposentadoria, ter ocupações e manter a mente ativa. E por que não ter uma horta em casa, cultivar e, quem sabe, consumir o próprio alimento?

Só que o ‘abaixa e levanta’ ninguém merece e pode causar consequências ainda maiores, principalmente para quem já chegou na terceira idade. No bairro Estrela Dalva, região norte de Campo Grande, cerca de 40 idosos receberam um curso de presente e estão cheios de ideias para fazerem horta suspensa, ocupando até pequenos espaços no caso de quem mora em apartamento.

De nome ‘Horta Caseira e Orgânica – como plantar e consumir em casa alimentos saudáveis ‘, a oficina foi ministrada para cerca de 40 idosos. Segundo a organização, o evento é uma parceria da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio) com a Unimed e o programa Mesa Brasil, do Sesc (Serviço Social do Comércio).

“Uma das principais razões do projeto é erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável, além de ir totalmente ao encontro das ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), da agenda 2030, da ONU (Organização das Nações Unidas)”, explicou ao MidiaMAIS a assessoria da Sidagro.

Durante algumas horas, os idosos aprenderam como plantar e consumir em casa alimentos saudáveis. “Estão aprendendo a ter uma vida mais saudável, pautada no consumo de alimentos livres de defensivos agrícolas, como no próprio combate e erradicação da fome, ajudando a alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura caseira e sustentável”, diz o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento e Agronegócio, Adelaido Vila.

Horta caseira é um ‘quintal produtivo’, diz nutricionista

Ao comentar sobre as aulas, a nutricionista Ilze Duraes disse que as hortas caseiras significam um ‘quintal produtivo’ em casa e mostram, para as pessoas, como elas podem, em pequenos espaços, produzir alimentos, saúde e o que isso resulta na mesa no dia a dia. “O conhecimento traz essa qualidade de vida não só para alimentação, mas, também esse cultivo, esse cuidado e compreender a importância de coisa que podem ser aproveitadas em casa nos trazem essa qualidade de vida”, argumentou.

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Já a coordenadora da encubadora do bairro, Renata de Souza Góes de Carvalho, ressaltou que esta foi a quarta oficina este ano e que, desde o mês de junho, os alunos, especialmente idosos, estão aprendendo como podem cultivar a própria horta em casa.

Foto: Sidagro/Divulgação
Foto: Sidagro/Divulgação

Ainda segundo a coordenadora, as atividades voltaram ao normal este ano, pós-período de pandemia. Um dos alunos é o Ludomir Zalescki, que ressaltou o quanto a oficina de hortas é interessante para pessoas idosas.

“Estamos aprendendo sobre o aproveitamento de locais na própria casa e apartamento, algo que a gente aproveita muito pouco, o nosso espaço. E o mais legal foi aprender sobre as hortas suspensas, até por conta da idade e aí a pessoa já não consegue mais manipular tanto, então, este aprendizado é interessante, uma atividade dentro do lar para o aposentado ocupar esse tempo fazendo algo bom e necessário”, finalizou.