Pular para o conteúdo
MidiaMAIS

Saudade do ‘paçocão’ de infância? Valdivino vende e ainda come uma por dia escondido

Atualmente, a maioria é industrializada, açucarada e muita gente nem faz ideia de como era gostoso o "paçocão" entregue no guardanapo.
Graziela Rezende -
Paçoca vendida no Centro de Campo Grande. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Esqueça chocolate, açaí e casquinha dos “fast foods da vida”. Nos anos 80 a 2000, o que mandava mesmo era a paçoca. Vendida em potes, a molecada ia cheia de moedas para comprar e escolhia entre a de rolha ou a quadrada. Atualmente, a maioria é industrializada, açucarada e muita gente nem faz ideia de como era gostoso o “paçocão” entregue no guardanapo.

Mas, se você é nostálgico ou quer provar a verdadeira paçoca, feita no pilão e com melado de cana, o seu Valdivino Barbosa, de 72 anos, pode te salvar. Vendedor de doces desde 1970, ele percorre o Centro de Campo Grande há mais de 50 anos, oferecendo paçoca e doce de leite, tanto o puro como com amendoim ou coco.

Doces ficam expostos em carrinho de vidro

Doces ficam expostos para venda em carrinho. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Doces ficam expostos para venda em carrinho. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

O mais legal é que tudo remete ao antigo: os doces ficam expostos em um carrinho, de vidro transparente, e ele entrega o pedido no guardanapo, caso o cliente vá consumir imediatamente. Ou então coloca em sacos de papelão para quem preferir levar para casa.

“Eu busco o doce de um fornecedor de Bandeirantes. Ele faz na fazenda, no pilão, com melado de cana de açúcar. vendendo o doce quando nem tinha asfalto em muitas ruas por aqui, desde 1970. Além da paçoca, tem o doce de leite puro e com sabores. Meu primeiro ponto era ali na frente do antigo banco Bamerindus, na Cândido com a 13. Ali eu fiquei por uns 20 anos”, relembra Valdivino.

Valdivino entrega o doce no guardanapo, como antigamente. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Valdivino entrega o doce no guardanapo, como antigamente. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Após este período, o disse que ficou doente um tempo e deixou a venda de doces, por mais de uma década. Recentemente, voltou para fazer o que mais gosta, porém, em novos pontos da região central.

“Agora ou eu fico ali na 13 com a Dom Aquino ou na 13 com a Barão. Tem um hotel neste último cruzamento e os hóspedes sempre vão lá buscar o doce. Eles compram um, experimentam e voltam. Depois pegam vários para levar. Tem doce meu que vai para , Minas Gerais, todo mundo gosta, leva um monte”, comentou o vendedor ambulante.

‘Paçoca é um alimento, é o meu doce favorito’, diz idoso

Idoso geralmente fica em dois cruzamentos da cidade com o carrinho. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Idoso geralmente fica em dois cruzamentos da cidade com o carrinho. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

A paçoca, infelizmente, não se compra mais com moedinhas, porém, ainda possui um preço acessível. O doce está R$ 3 cada e o seu Valdivino garante o sabor, já que, todos os dias, come ao menos uma. “Ele come escondido. Todo dia come uma escondido de mim. Eu trago marmita para ele, mas, quando vejo ele está comendo uma paçoca”, brincou a esposa, Alice Francisco, de 70 anos.

Seu Valdivino vende doces desde 1970. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Seu Valdivino vende doces desde 1970. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax

Casada com Valdivino há 25 anos, ela conta que a rotina eles moram no bairro Cohab e possuem um filho. “Ele acorda cedo, busca o carrinho e começa a venda. Muita gente já conhece e sempre volta para buscar mais. É uma tradição esta paçoca”, argumentou.

E o idoso confirma que come uma por dia, dizendo que é seu “teste de qualidade” diário.

“O doce grande, que eu vendo a R$ 20, não como. Mas a paçoca eu sempre pego uma. É um alimento esta paçoca, tá cheia de coisa boas ela e é o meu doce favorito, não adianta, não tem melhor que este”, finalizou.

Leia também:

Na derrota ou na vitória, faça pipoca colorida para ver o jogo do Brasil

Neiva faz quindins inéditos de limão e morango em Campo Grande: ‘sem cheiro e gosto de ovo’

O hexa das doceiras: MidiaMAIS reúne ‘Top 6’ dos bolos da Copa mais encomendados em Campo Grande

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Confira quais vacinas para cães e gatos podem virar gratuitas em Mato Grosso do Sul

Em semana ‘reduzida’ com feriadão, vereadores aprovaram Lei ‘Anti-Oruam’ e outros três projetos

Confira a programação: Fiéis católicos se reúnem no Sábado Santo em expectativa e vigília pascal

Justiça prorroga acordo que pode arruinar patrimônio de um dos sindicatos mais ricos de MS

Notícias mais lidas agora

Morre em confronto homem que matou esposa com facada na nuca

Confira a programação: Fiéis católicos se reúnem no Sábado Santo em expectativa e vigília pascal

Com risco de desmoronamento, PRF interdita BR-267 entre Jardim e Porto Murtinho

Brasileiro é preso por direção perigosa e sem CNH na Linha Internacional

Últimas Notícias

Transparência

Justiça aumenta indenização do Consórcio Guaicurus a passageira que se machucou ao ficar presa em porta

Empresa de ônibus tentou culpar passageira, mas Justiça considerou gravidade dos fatos

Famosos

Maidê Mahl quebra silêncio após ser encontrada ferida em hotel: ‘Recuperação’

Em setembro de 2024, Maidê Mahl ficou três dias desaparecida antes de ser encontrada desacordada e com graves ferimentos no corpo

Cotidiano

Campo Grande sofre com alagamentos, mas recuperação só ocorrerá após trégua nas chuvas

Prefeitura diz que não é possível fazer nenhum serviço de reparo enquanto chover

Cotidiano

A voz da terra: línguas indígenas mantêm viva a memória ancestral em MS

Mato Grosso do Sul abriga oito línguas indígenas, ligadas a cinco famílias linguísticas