Saiba se você tem sintomas de transtorno bipolar e aprenda a identificá-los

Psiquiatra orienta sobre o que é transtorno bipolar e fala sobre o tratamento

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transtorno bipolar
Laudo aponta que mulher flagrada com sem-teto sofre de transtorno bipolar – (Foto: Reprodução)

Data que marca o dia do transtorno bipolar, 30 de março é aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, postumamente diagnosticado como provável portador da doença psiquiátrica. Estima-se que 1% a 5% da população global tenha esse problema.

Psiquiatra, PhD em Saúde Mental e professor do curso de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, José Carlos Pires elenca algumas orientações sobre o transtorno que tem repercutido nos últimos dias, especialmente depois que estourou pelo país o caso da mulher de um personal trainer encontrada em carro com um sem-teto.

O laudo médico apontou que ela sofre de transtorno bipolar e, por isso, o doutor José Carlos explica ao Jornal Midiamax um pouco mais sobre essa doença. Como saber se alguém é bipolar, existem sintomas? A resposta é sim.

Sintomas

Primeiro, o psiquiatra esclarece que transtorno bipolar é um transtorno afetivo do humor, quando existe oscilação entre depressão, tristeza, melancolia, angústia, e há uma outra fase de irritabilidade, agressividade, alegria exagerada, uma elação do humor.

“São vários os sintomas, tanto da fase de euforia, mania, ou hipomania, que é uma mania mais leve, quanto da fase de depressão. É possível identificar através dos sinais que a pessoa dá”, afirma.

A fase de euforia é marcada pela alegria exagerada, a elação do humor, podendo haver irritabilidade, vontade intensa de fazer compras exageradas, supérfluas, ou então compulsão sexual, ou compulsão por álcool.

Na fase de depressão, os sintomas são de tristeza, desânimo, falta de prazer pelas coisas que antes davam prazer, ideia de suicídio, automutilação. Tanto numa fase como na outra, a pessoa não tem noção nenhuma da sua morbidez, principalmente na fase de euforia (mania).

Tem tratamento?

Sim, tem tratamento e o custo não é barato se for pago pelo próprio paciente, garante o doutor. “Mas existem, na rede pública, os medicamentos, acompanhamento através da rede de atenção psicossocial, onde há centros de atendimento. Quando for em nível particular ou de convênios de saúde, o paciente não precisará se preocupar em relação a pagamento das consultas porque vai estar pagando o plano de saúde”, pontua.

No caso do SUS, o doutor José Carlos esclarece: “Quando for pelo SUS, ele não vai pagar nem consulta e nem medicamentos — quando se tem na rede pública para serem fornecidos”, ressalta.

O tratamento envolve medicamentos, psicoterapia, atividade física, social, espiritual e psicoterapia, diz o psiquiatra. “Na fase de depressão, são usados antidepressivos, ou então estabilizador de humor e antipsicóticos, caso a pessoa tiver alucinações e delírios, que são mínimos os casos, mas podem acontecer”, comenta.

E em relação à qualidade de vida da pessoa com esse transtorno? “Caso ela faça o tratamento adequadamente, pode viver uma vida normal, desde que não faça o uso de bebidas alcoólicas, drogas ilícitas em geral, maconha, cocaína, etc. Evitar cafeína, principalmente se tiver problema de insônia, muita atividade física, e o que eu mencionei acima, melhoram a qualidade de vida da pessoa”, finaliza o psiquiatra.

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