Bruno Luperi, o autor de Pantanal, não mediu as palavras ao falar de sua obra, uma adaptação do texto original do avô, Benedito Ruy Barbosa. Em entrevista à Revista Glamurama, o neto escolhido para reescrever “Pantanal” explicou, por exemplo, a mudança do personagem Joventino na versão de 2022 e disse que o folhetim é uma “novela de carentes”.
“Esse Jove de hoje é um novo personagem, apesar de ser o mesmo Jove, ele é um novo homem. Nosso tempo permite isso, né? Aquele Jove da primeira versão, daquela época, é um sujeito que virava peão e ponto. Hoje, pelo contrário, ele tem um lado ‘pera aí, não adianta ficar criticando o agronegócio, preciso ir lá e fazer’, e nessa grande construção ele vai desfazendo o Zé Leôncio e eles vão se encontrando”, iniciou o escritor.
Em sua análise, todos os personagens possuem uma ausência afetiva e buscam preenchimento. “É uma carência afetiva que não tinha na primeira versão, não existia esse conceito, né? Tava tudo ótimo, o pai largou, pagou a conta, tá tudo em casa. Hoje isso não é mais que a obrigação, cadê o afeto, cadê a presença? Então é uma novela de carentes e cada personagem tem a sua própria carência”, disparou Luperi.
“Nesse espaço onde o Jove foi criado por mulheres, realmente, é a porta de entrada pra falar desse novo homem. Um homem que não quer se impor, não quer estar com a mulher a força”, destacou o autor.
Autor de Pantanal não muda a trama
Na mesma entrevista, Bruno afirmou que não “ouve” as redes sociais e o público. “No caso de Pantanal, eu entreguei o último capítulo antes da estreia, então é uma obra fechada, tive que entregar muito antes pra Globo poder gravar tudo, passei esses meses fazendo uma alteração aqui e ali, mas não dá pra mexer na história”, contou.
Com isso, Luperi “matou” a esperança dos fãs de Irma (Camila Morgado) e Trindade (Gabriel Sater), que sonhavam com um final feliz para o casal – algo que não aconteceu na versão de 1990 e, ao que tudo indica, também não acontecerá em 2022.
A saída de Trindade do remake, assim como na versão original, foi outro ponto que desagradou, já que Almir Sater- intérprete do peão na Manchete – precisou deixar a obra para protagonizar “A História de Ana Raio e Zé Trovão”. Gabriel Sater, no entanto, não tinha nenhum compromisso em 2022 e os fãs esperavam que o autor de Pantanal mantivesse o personagem até o fim, mas o desfecho de 1990 foi mantido.
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