Festas de firma ressurgem em 2022 mais enxutas e com adaptações
Após pausa de dois anos por restrições da pandemia, confraternizações voltaram de cara nova
Cassia Modena –
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Depois de dois anos sendo evitadas para frear o contágio da Covid-19, as confraternizações presenciais entre colegas de trabalho voltaram a ser realizadas neste fim de ano, mas, com mudanças em relação ao que eram no pré-pandemia.
A principal diferença entre as tradicionais “festas de firma” e os eventos observados nos últimos meses de 2022 é a opção pela simplicidade e setorização nas comemorações, afirma a gestora e consultora em Recursos Humanos em Campo Grande (MS), Jéssica Maidana.
“A pandemia impactou a cultura das empresas, e o que vemos em relação às festas de fim de ano é que elas ainda prezam por esses momentos, porém, optando por encontros mais simples e breves”, analisa.
A profissional de Recursos Humanos cita mudanças em relação ao lugar escolhido e à quantidade de pessoas participantes. “Ao invés de locar um espaço amplo, o próprio escritório ou um restaurante estão sendo locais para confraternizar. É também cada vez mais comum vermos reuniões somente com pessoas de um determinado setor, revelando uma tendência de encontros mais intimistas entre quem trabalha junto no dia a dia”, exemplifica.
No caso das empresas que não farão festa por alguma razão, Jéssica indica que uma das alternativas buscadas é reverter o orçamento do encontro presencial no pagamento de vouchers como benefício individual para os funcionários.
“É uma opção, mas é importante não esquecerem que os colaboradores sentiram falta de ter oportunidades presenciais de distração com os colegas nesses dois anos que se passaram. A interação é recomendada para fortalecer as relações de trabalho”, finaliza.
De grande evento à encontro
Depois do jejum imposto pela pandemia, empresas que realizavam grandes eventos de confraternização podem estar abandonando essa tradição para incorporar encontros menos trabalhosos e burocráticos.
Proprietário da Chácara Alegria, que fica na zona rural de Campo Grande, Gustavo Alves atesta ter perdido a clientela fiel de várias empresas. “Anos atrás, dezembro era um mês muito bom. Agora está fraco, muitos empresários que sempre me procuraram para locação do espaço e buffet, não voltaram”, diz. Na opinião dele, a não procura se deve ao cenário econômico. “Povo está sem dinheiro”, comenta.
Já o gerente geral da unidade da rede de hotéis Deville na capital, Marcelo Mesquita, observa uma alta histórica em dezembro deste ano em comparação às reservas da área social do local para confraternização de empresas feitas antes do início da pandemia, em 2020.
Foram feitas reservas especialmente na primeira quinzena do mês, mas em grupos menores e buscando opções novas e bem interessantes. O nosso café da manhã, por exemplo, foi um produto bem procurado”, aponta.
Momento de adaptação
Na visão do cerimonialista Antonio Osmanio, depois de ser o mais impactado pelas restrições impostas pela pandemia, o mercado de eventos está superaquecido e experimenta atender demandas represadas, e as festas corporativas estão incluídas.
Ele avalia que o segmento de eventos passa, como um todo, por momento de adaptação. “Constatamos um enxugamento na quantidade de convidados e também uma mudança de horário da noite para a tarde. Houve uma adaptação e as pessoas perceberam que fazer festas que se iniciam no fim da tarde e terminam começo da noite são tão divertidas quanto as que acabam no amanhecer”, pontua.
Antonio analisa ainda que o encarecimento de produtos e alimentos presentes nas festas ditam outra adaptação. “Fazer uma festa hoje em dia requer planejamento e uma diminuição no número de convidados. Percebo que o sul-mato-grossense está ficando mais europeu nesse sentido e entendendo a diferença entre amigo e colega”. No entanto, motivos não devem mais faltar para comemorar. “Nunca as pessoas tiveram tanto motivo para celebrar a vida e os bons momentos que essa nos proporciona”, conclui.
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