‘Rasqueado’ de Delio e Delinha deixou legado também no futebol com canção que representa ‘era de ouro’
Canção de 1977 de Delio e Delinha virou hino não oficial do Operário e foi ‘resgatada’ para novas gerações de torcedores
Guilherme Cavalcante –
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Há mais de 5 décadas, do mesmo jeito que samba e futebol se fundiam numa só paixão na década de 1970 — quando o Brasil encantava o mundo com o tricampeonato da Copa do Mundo — o estado que viria a ser, mais à frente, Mato Grosso do Sul, também teve sua fusão entre música e o esporte mais popular no país.
Para as bandas de cá, a dupla Délio e Delinha gravavam um hino para a torcida do Operário, “Torcida Operariana”, que tocava nas rádios e alegrava a torcida. A canção, que está no LP “Sorria meu Amor”, de 1977, e é a prova de que a cultura do futebol se funde com a musical nos quatro cantos do Brasil.
Delinha — que faleceu na última quinta-feira (17) aos 85 anos —, assim como seu parceiro de palcos, Delio, representam bem isso. Juntos, tomaram a dianteira na divulgação da torcida, quando o time conquistou um pódio nos campeonatos nacionais. São ícones da cultura de MS e, de certa forma, também do futebol.
O tempo, porém, é implacável. A cultura de lotar estádio para assistir às partidas clássicas, como os Comerários, caiu em declínio e o hino não oficial, portanto, também caiu no esquecimento de muitos. Por isso, a surpresa dos novos torcedores, lá pelos idos dos anos 2000, quando souberam da existência de “Torcida Operariana” [veja o vídeo abaixo], após os torcedores mais antigos reavivarem suas memórias.
“Lá por volta de 2010, quando começou a surgir uma nova leva de torcedores do Operário, é que muita gente ficou sabendo dessa música. Bem no tempo das vacas magras, quando o Operário ficou inativo. Nesse momento, a torcida se fortaleceu, tinha gente querendo conhecer a história, e assim, em meio das conversas, conhecemos essa música”, explica Ricardo Braga, dirigente da torcida Esquadrão Operariano.
A “descoberta”, por assim dizer, foi materializada por João Paulo Pompeu, filho da dupla de músicos, que cedeu o LP com a gravação de 1972. “Pra gente foi uma descoberta, né? Quando os mais velhos falavam, a gente só imaginava, porque não tinha como ouvir. Mas ele entregou esse disco”, conta Braga. Atualmente, a canção está nas plataformas de streaming, como YouTube e Spotify.
História da canção de Delio e Delinha
Quem detalha a história da música é o próprio João Paulo Pompeu, também músico e filho de Delio e Delinha. Torcedor “roxo” do time sul-mato-grossense, ele revela que a música foi criada em ocasião mais que especial. O ano de 1977 foi historicamente turbulento. Além de ser o ano de criação de Mato Grosso do Sul, foi quando o time chegou à elite nacional.
“Naquele ano o Operário ficou em terceiro no Campeonato Brasileiro, venceu times muito importantes. E aí surgiu a ideia de compor a música. Não teve interesse comercial, era uma homenagem, mesmo, talvez porque eu já fosse muito fã do time”, conta à reportagem.
A façanha do alvinegro é descrita no Almanaque do Futebol Sul-Mato-Grossense, do jornalista e pesquisador do futebol sul-mato-grossense, Helder Rafael. A obra detalha, por exemplo, que o Operário eliminou grandes equipes naquele ano, como o Fluminese e o Palmeiras, sendo parado apenas pelo São Paulo na semifinal da Série A. O time paulista, a propósito, foi o campeão daquele ano, que sagrou o Operário na melhor colocação que um time sul-mato-grossense teve até hoje no campeonato.
A partir daí, o envolvimento da dupla com o time só cresceu. “Essa música é um hino não oficial do Operário e até hoje, quem é torcedor, entende essa influência da dupla para o time. Delio e Delinha são muito respeitados, são gigantes que levaram à frente o nome do Operário”, conta o músico Mano Clay, também torcedor do time sul-mato-grossense.
Não tem muito tempo, a propósito, que Delinha – já sem o parceiro Delio – estrelou um “show de intervalo” durante uma partida do Operário com o Serc, em 2017. A estratégia de levar a Dama do Rasqueado ao Morenão teve objetivo de aumentar o público da partida, relembrar os tempos áureos e celebrar o futebol com um ícone musical do time – provando, mais uma vez, que o rasqueado da dupla icônica de MS tem, sim, seu ziriguidum com o futebol.
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