A novela “Pantanal” terminou nesta sexta-feira (7) como sucesso absoluto de audiência. Fenômeno em todo o Brasil, a trama de Benedito Ruy Barbosa adaptada por Bruno Luperi ultrapassou as fronteiras de Mato Grosso do Sul e virou mania no país.

Foi a primeira vez no século 21 que um folhetim da TV Globo, uma das maiores produtoras de do mundo, ambientou sua história 100% em MS, Estado que, por sua vez, se viu em horário nobre com tamanha representatividade também pela primeira vez depois da versão original da obra na Manchete, em 1990.

Apesar de querida pelos sul-mato-grossenses, a novela “Pantanal” chegou ao fim deixando alguns “buracos” no coração da população de Mato Grosso do Sul. Seja por ausência de representatividade em “pontos isolados”, ou por momentos que sequer foram pensados e que fariam o Estado ficar mais satisfeito com o folhetim.

Abaixo, confira a lista de 5 situações que, para os sul-mato-grossenses, teriam feito toda a diferença na novela “Pantanal”:

1. Núcleo em Campo Grande

Esse item foi um pedido dos próprios sul-mato-grossenses. Sem dúvida alguma, foi a cidade mais citada no folhetim. Era Campo Grande pra lá e pra cá o tempo todo, várias vezes por capítulo. Embora com grande destaque, a Capital de Mato Grosso do Sul jamais foi mostrada na novela.

Quando os personagens iam fazer alguma coisa na cidade, as cenas eram todas gravadas nos Estúdios Globo. Observando a ausência, fãs de MS sugeriram um núcleo em Campo Grande para dar mais leveza à “Pantanal”.

“Eu acho que a novela não seria um marasmo se o Luperi invocasse Walcyr Carrasco, ou até João Emanuel Carneiro, e criasse um núcleo em Campo Grande de uma família classe média com uma periguete, algum esportista, a dona de casa barraqueira e um velho picareta cheio de bordão”, pediu um fã.

O internauta fez menção aos grandes autores de novelas Walcyr Carrasco, responsável por sucessos como “Chocolate com Pimenta”, “O Cravo e a Rosa”, “Alma Gêmea”, “A Dona do Pedaço” e famoso por seu humor pastelão.

Já João Emanuel Carneiro é autor de memoráveis novelas como “Da cor do pecado”, “A Favorita”, “Cobras e Lagartos” e “Avenida Brasil”, e lembrado por núcleos barraqueiros.

2. E Corumbá?

Desprezada pela novela “Pantanal”, a cidade de também quis um espaço no folhetim, já que o município leva o título de Capital do Pantanal e também abrange boa parte da planície alagada.

A indignação da população corumbaense por não ser mencionada na trama de Bruno Luperi, rendeu constantes manifestações enfáticas de decepção. Após o MidiaMAIS dar voz e espaço ao “ranço” que a cidade estava sentindo da obra, os moradores se pronunciaram em massa e ainda pontuaram mais detalhes revoltantes para eles.

Conforme os depoimentos, se os personagens da história ao menos falassem a gíria “titia”, muito popular em Corumbá, já estaria de bom tamanho para os corumbaenses, que só queriam se ver representados na telinha.

Por fim, em “dívida” com a cidade, nos últimos capítulos, Zé Leôncio assistiu a uma reportagem do que mostrava as queimadas no pantanal de Corumbá. A situação foi interpretada como uma espécie de retratação.

3. Cadê Aquidauana?

Além de ignorar e magoar os moradores da cidade por isso, a novela “Pantanal” chegou a apagar a região do horizonte inserindo uma “água virtual” no território onde fica o município. Isso aconteceu logo no primeiro capítulo do remake, em março.

Entre as diversas polêmicas da primeira etapa da trama, essa água “fake” no Morro do Paxixi foi a maior para os moradores de Aquidauana, que agora, seis meses depois, reclamam do fato da cidade ser completamente ignorada pela novela.

Cartório, banco, médico, hospital… nos últimos meses da trama, sempre que os personagens precisavam de um serviço da cidade, eles recorreram a Campo Grande e enchiam a boca para falar o nome da Capital. No entanto, pela região onde está localizada a fazenda do protagonista Zé Leôncio (Marcos Palmeira), as cidades mais próximas são Aquidauana e Anastácio.

De olho nisso, a população aquidauanense, em especial, ficou muito magoada com o folhetim, que só mencionou Campo Grande e ignorou completamente a civilização presente nos municípios das redondezas, que são bem desenvolvidos e oferecem dignamente os serviços dos quais os personagens precisaram.

4. Trilha sonora regional

A vasta trilha sonora de “Pantanal” contou com mais canções de intérpretes do nordeste do que de Mato Grosso do Sul e essa falta de representatividade na música não passou despercebida.

Almir Sater foi o único sul-mato-grossense presente na trilha. Os fãs sentiram a ausência de nomes relevantes como Maria Cecília e Rodolfo, Munhoz e Mariano, João Bosco e Vinícius e tantos outros artistas em ascensão que são a cara de MS.

Vale lembrar que Delio e fizeram uma breve “participação especial” quando tiveram músicas cantadas pelos violeiros da trama.

5. População indígena

“Remake de Pantanal reforça estigma antigo e ignora indígenas do século 21”. Este foi o título de uma reportagem do portal Notícias da TV que problematizou a ausência da população indígena no pantanal da novela.

“É uma falha de Bruno Luperi, que se propôs a abordar pautas sociais que ganharam relevância nos últimos anos”, destacou a matéria.

Tauan Corrêa Gonçalves, indígena terena e morador de Aquidauana, também comentou o assunto à reportagem do Notícias da TV. “Eu senti falta de um personagem que fosse realmente indígena dentro da novela, uma vez que a gente faz parte até como serviço braçal dentro das grandes fazendas. E a única forma de homenagear o indígena dentro da novela foi através da cerâmica? Eu vejo que isso não é o suficiente para mostrar a diversidade étnica do Estado de Mato Grosso do Sul”, opinou.

Fidelidade

Vale lembrar que, por questões contratuais e até decisões de seu avô Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi, o autor do remake, não recebeu permissão do criador para mexer em tudo.

Não mudar em quase nada foi uma das condições impostas por Benedito que, inclusive, possibilitaram o remake. Curtiu? Na sua opinião, o que mais faltou para a novela “Pantanal” ter sido ainda melhor?

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