No meio dos boletos, vai estar ele: o carnê da beleza. Para quem tem o sonho de fazer procedimentos estéticos, cujos preços não são possíveis de pagar à vista, a opção pode estar no consórcio ou parcelamento “a perder de vista”, em Campo Grande.

É o que fez a empresária Jaqueliny Brito da Silva, de 38 anos. Depois de quebrar a cabeça em outras áreas, fez curso de estética e diz estar realizada, inclusive ministrando cursos e inspirando outras mulheres a buscar realização pessoal e profissional. Atualmente, inovou no seu espaço no bairro Moreninhas, região sul da cidade, com o consórcio de micropigmentação e outros serviços.

“Faço para clientes que possuem o sonho de fazer a micropigmentação comigo. É uma maneira de dar oportunidade para quem não tem cartão de crédito e condições de pagar à vista. Não tem desculpa para não cuidar da beleza, da autoestima, da saúde mental e bem-estar”, comenta a microempresária.

Além da micropigmentação, Jaque, como é conhecida, também faz contratos de consórcio e monta grupos para as pessoas que querem fazer a técnica fio a fio, delineado de olhos superior e inferior e a técnica shadow, além de lábios, com valores que variam de sete vezes de R$ 70 a sete vezes de R$ 85.

Esteticista passou a oferecer consórcio de serviços estéticos durante a pandemia. Foto: Jacqueline Brito/Arquivo Pessoal

Em seguida, ocorre um sorteio e, já no início, cada participante saberá qual é o mês que a pessoa vai fazer o procedimento. “Desde a pandemia, quando tive que me reinventar, não fechei as portas e procurei formas de evoluir, de ajudar as mulheres e achei o consórcio uma ideia bacana. Muita gente está procurando e tento dar o meu melhor. Sei que é um sonho para elas”, falou.

Cirurgia plástica pode ser parcelada em até 24 vezes

No caso da cirurgia plástica, a reportagem entrou em contato com três clínicas renomadas de Campo Grande. Em todas elas, o nome do procedimento é cirurgia programada, que pode ser parcelada em até 24 vezes.

Desta forma, a pessoa paga uma consulta no valor de R$ 400 e conversa com o médico. Ela faz exames no momento, tira dúvidas e depois a pessoa paga mensalmente, por dois anos, até finalizar e aí pode agendar o procedimento de cirurgia plástica que escolheu.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) e foi informada que os médicos não dão entrevistas acerca deste assunto, principalmente pela questão das normativas para a publicidade médica, então, um médico dizer que faz o procedimento é como se estivesse divulgando algo pessoal e não algo informativo e técnico sobre a atividade dele. No entanto, não há, na questão da ética médica, normativas que proíbam a questão da cirurgia programada.

Já o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), informa que é vedado ao médico vínculo de qualquer natureza com empresas que anunciem e/ou comercializem planos de financiamento, consórcios e similares para procedimentos médicos.

Em relação ao pagamento programado, a entidade compreende como um formato de pagamento entre médico e paciente, podendo ser realizado, mas sem a exposição de forma publicitária, o que infringiria a resolução 1974/2011 do CFM.