Você pode ter 10, 30 ou 50 anos, a dificuldade ou facilidade de “fazer amigos” é a mesma. Só que, com o passar do tempo, especialistas dizem que as pessoas se tornam mais seletivas e aí é que vão conhecendo os verdadeiros companheiros, agregando pessoas e elegendo, por exemplo, o amigo do desabafo, o amigo da caminhada, o amigo da curtição, o amigo do e até quem pode ser “amigo da onça”

Nesta quarta-feira (20), data em que é celebrada o Dia do Amigo, o MidiaMAIS fala sobre o assunto, atemporal e polêmico. E ainda tem um agravante, já que a fama é que aqui é difícil conquistar novos amigos. Mas em geral, como é fazer amizades?

A psicóloga e psicopedagoga Thaís Marcela Jaymes Lemos, de 30 anos, explica que, na fase da , a dificuldade vem pela questão de querermos estar inseridos em um grupo social. “Todos temos esta necessidade e aí vem o primeiro impacto de ser aceito, de ser uma criança tímida, de entender o diferente, com o mundo lá fora que o reconheça, deixa você fazer parte e aí tudo fica mais fácil”.

Com a conquista do espaço, a criança age de forma espontânea, sem preconceitos e ideias complexas, ainda de acordo com Thaís. Já na fase adulta, a dificuldade para fazer amigos é mais complexa, porque as pessoas já estão mais decididas, com as próprias opiniões e aí ficam com mais dificuldade em se permitir conhecer alguém.

Todos nós precisamos ter amigos, aponta psicóloga

Quarteto inseparável: Paula e o irmão com amigas na infância e depois na vida adulta. Foto: Paula Amorim/Arquivo Pessoal

“Existe também a frustração, falta de confiança, baixo autoestima de chegar em um lugar e puxar assunto e, talvez, ser mal interpretado. É tudo igual na infância, só que com algumas questões a mais. Mas todos nós precisamos ter amigos. É um ambiente importante para o nosso desenvolvimento, nosso crescimento e não só para sair e se divertir, mas, também como apoio, principalmente porque tem gente que não tem família”, argumentou a psicóloga.

Desta forma, algumas pessoas conseguem levar uma amizade de infância por toda a vida, por exemplo. Outras conhecem o amigo no trabalho, na vizinhança e acaba sendo uma relação muito positiva. É o caso da instrumentadora cirúrgica e estudante de Biomedicina, Paula de Carvalho Amorim, de 38 anos, detentora de muitas amizades.

“Sempre foi tranquilo fazer novos amigos. Gosto muito de conversar e também sou curiosa e tenho vontade de aprender e saber de tudo um pouco. Uma pessoa, inclusive, já me disse: Paula, você não tem idade para conhecer o tanto de gente que conhece, onde vai tem um conhecido”, conta ao MidiaMAIS.

Regra para ter amigos é não ter regra?

Conforme Paula, uma regra na amizade sempre vale e é, basicamente, não ter regras. “Nunca tive problemas, tenho amigos de todas classes sociais, desde da idade das minhas filhas até amigos idade de meus avós e, desta forma, tenho amigos para várias ocasiões: cinema, faculdade, balada, chimarrão e igreja. Conheço desde gente que mora em mansão a amigo que dorme no banco de uma praça. Penso que cada um tem o seu valor e todos moram no meu coração”, avalia Amorim.

Aposentada durante confraternização com as amigas do pilates. Foto: Izabel Barros/Arquivo Pessoal

A aposentada Izabel Lopes Barros, de 67 anos, fala que tem o maior prazer em falar sobre o assunto. “São pessoas que podemos contar na hora da dificuldade, angústia e até um desabafo. Aqui em Campo Grande trabalhei muitos anos na mesma empresa e fiz várias amizades. Esta semana mesmo teve aniversário de uma e nos reunimos e temos sempre o encontro das Luluzinhas, sem esposo e namorado”, falou.

Segundo Izabel, é “uma terapia” estar com amigos. “Eu não sou de ficar mandando mensagem, falando toda hora, só que estou sempre lembrando e a gente se reúne. Só que eu sou uma pessoa que busco novas amizades, faz bem para o nosso ego”, explicou.

Do pilates a hidroginástica, a aposentada fala que participa de confraternizações. “Festa junina, final de ano, a gente se reúne. E eu tenho amigo de todo tipo. Alguns, que falam verdades na lata e a gente até pode ficar chateado, mas, nunca tive problemas com ninguém, até porque, às vezes, sou eu quem falo e assim a gente vai levando”, finalizou.

Amigas reunidas no “clube das luluzinhas”. Foto: Izabel Barros/Arquivo Pessoal

Conhecida pela “eterna timidez”, a estudante Lohane Thais Nunes, de 20 anos, disse que, desde muito nova, precisou das pessoas “darem o primeiro passo” e aí sim ela conseguia se apresentar e construir uma amizade.

“Fazer novas amizades é muito bom, conhecer pessoas novas e com pensamentos diferentes dos seus, que te fazem abrir a mente para um ponto de vista diferente da vida, criar laços com uma pessoa que acaba se tornando como sua família, podemos conversar, dar conselhos e receber também. Eu, mesmo com toda essa timidez, adoro fazer novos amigos”, afirmou.

Atualmente, ela acredita estar rodeada de amizades verdadeiras. “Eu já tenho liberdade com os amigos que eu tenho. Elas já me conhecem, sabem que não sou de bebedeira e não gosto de sair muito, então, me chamam para comer um lanche, assistir e não ligam quando eu falo que não vou sair. São pessoas que podem contar comigo, assim como posso contar com eles. É o que acho pelo menos”, finalizou.

Lohane ao lado da família e amigos, no aniversário de 20 anos. Foto: Redes Sociais/Reprodução

Mas e você, como anda a vida social? Possui muitos amigos? Acha que, em Campo Grande, a falsidade reina e não consegue ter um amigo (a) verdadeiro (a)? Ou então é uma pessoa que quer sempre fazer novas amizades?

Veja algumas dicas:

  • Procure se conhecer primeiro e esteja disposto a conhecer gente nova
  • Não seja uma pessoa “fake”, seja você mesmo!
  • Entenda que tipo de gente te faz bem
  • Frequente novos lugares
  • Demonstre que se importa com o outro
  • Escute com atenção o que o outro tem a dizer
  • Mantenha contato
  • Mostre que também gosta da pessoa e tem “good vibes”
  • Conte segredos e fale das coisas que possuem em comum

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