O texto narrativo, a sensibilidade poética e, agora, os bastidores. Após 31 anos de jornalismo, 24 deles na televisão brasileira, a jornalista Cláudia Gaigher agora se lança como escritora. O livro, de nome Diário de Uma Repórter no Pantanal, possui 30 causos em que ela conta sobre as viagens pantaneiras, mostra personagens inéditos e também fala das consequências mais evidentes deste desequilíbrio, dando voz ao bioma por meio de histórias. Nesta sexta-feira (21), Gaigher é a personalidade do Midiamax Entrevista.

Recentemente, com o remake da novela Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa e primeiramente exibida em 1990, agora com adaptação do neto, Bruno Luperi, o assunto ficou muito em evidência. Cláudia inclusive levou parte da equipe para visitar fazendas, mostrou inúmeros locais e fez a paixão aflorar ainda mais nos envolvidos da novela. Durante duas semanas, fez uma espécie de “apresentação” do Pantanal, antes mesmo da chegada do elenco.

Por meio de matérias, exibidas em programas globais como Fantástico, Jornal Nacional e Globo Repórter, entre outros, conta que o Pantanal se tornou uma de suas “causas” e que agora, no livro, apresenta parte da sua vivência, mostrando também a exuberante fauna e flora, mas também cenário de violentos conflitos e constantes ameaças ambientais.

Livro também cita incêndios devastadores no Pantanal

O livro Diário de Uma Repórter no Pantanal é editado pela organização Documenta Pantanal. Ela comenta bastidores, reportagens, produzidas ao longo dos últimos 24 anos e grandes transformações, passando pelos incêndios devastadores que atingiram a região.

Partiu dela, por exemplo, a denúncia de crianças sem escolas e que catavam iscas para sobreviver nos alagados do interior do Pantanal, mostrando a dificuldade dos ribeirinhos. A reportagem gerou comoção e ação, resultando na construção e reabertura de dezenas de escolas às margens do rio Paraguai.

Gaigher também mostra estudos para conservação de espécies, como a arara-azul, onça-pintada, a ariranha, entre outras. Neste ano, ainda falou de assassinatos brutais, como do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Nesta sexta, a partir das 18h, o lançamento vai ocorrer no Polca, localizado na rua Piratininga, bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande.