foi divulgado pelo Jornal Midiamax

“A Sectur está tentando captar recursos através de emenda parlamentar e editais para que o projeto seja concretizado”, explicou o secretário. Agora, a previsão é que as tratativas quanto à execução da obra sejam iniciadas.

Projeto de restauração

Desativada desde o final da década de 1990, a Rotunda nunca recebeu reparos. Tombado pelo Iphan, o prédio permanece abandonado e com muita sujeira, causada por usuários de drogas que frequentam o terreno na Rua 14 de Julho, perto da Feira Central.

A proposta de revitalização para o local recebeu o selo “+ Turismo” em 2019, concedido pelo Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo), do Ministério do Turismo, a projetos que contribuem para a estruturação do setor, além de fomentar o desenvolvimento local e regional.

No caso da Rotunda, o projeto ganhou o selo pelo fato de Campo Grande compor o Mapa do Turismo Brasileiro (rota Caminho dos Ipês), possuir Fórum Municipal de Turismo, contar com o Plano Municipal de Turismo e atender a outras exigências do Prodetur.

“Receber o selo indica a validação da nossa proposta de reestruturar a Rotunda e dar vida ao local. Corremos atrás deste financiamento e estamos esperançosos para que ele saia e contemple nossa iniciativa”, analisou a superintendente de Turismo da Sectur, na época.

A revitalização não começou e não há previsão de início para os trabalhos. Por enquanto, a nova cara da Rotunda é só um projeto que precisa de investimentos e atenção para sair do papel.

Descaracterização

O novo projeto de revitalização também acendeu a curiosidade dos leitores que esperavam pela reforma do espaço há muitos anos. Acontece que a nova estética do local – bem mais moderna e glamourizada – tem dividido opiniões na Internet. Enquanto uns acham que a “nova cara” da Rotunda está incrível, outros falam que vai ficar descaracterizada no contexto histórico em que ela foi criada.

O arquiteto Pedro Caçula Fernandes, de 25 anos, é apaixonado pelas construções históricas e edificações de Campo Grande. Para ele, a Rotunda sempre ocupou um espaço especial no coração, não foi à toa que o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso na graduação foi justamente sobre ela.

“A Rotunda esteve no meu trajeto de casa até a faculdade, e eu sempre tive curiosidade sobre aquela edificação. Então, quando decidi pelo tema do meu TCC, fui atrás da história de Campo Grande e da e vi o quão importante o edifício da Rotunda é para a construção da cidade e da nossa ”, contou.

De acordo com o arquiteto, o projeto de reforma da Rotunda Ferroviária é muito importante e necessário para que as pessoas passem a ocupar esse espaço tão importante para a história da Capital. “Ele está vindo para melhorar e valorizar a região, e vai dar uma ocupação para o espaço que há muito tempo não tem um uso”, disse.

Pedro ainda comenta que existe sim um limiar para fazer um projeto de reforma para edifícios históricos. Assim, a regulamentação prevê a não remoção das principais características do espaço, uma vez que é uma reforma delicada e precisa de cuidados para não perder o edifício original. Questionado se achou que o projeto atual descaracteriza a Rotunda, o arquiteto diz que, na sua opinião, não.

“O projeto está potencializando as características da Rotunda porque a edificação está abandonada desde o encerramento das atividades da NOB [Estrada de Ferro Noroeste do Brasil] e, com o passar do tempo, foi perdendo um pouco das características físicas e foi sendo depredada. Esse projeto está incluindo a edificação na nossa atualidade e eu espero que chame a atenção das pessoas para a história do Edifício e também da NOB, porque poucas pessoas conhecem”, esclarece.

Confira o novo projeto de revitalização previsto para a Rotunda