Desativada desde o final da década de 1990, a Rotunda do Complexo Ferroviário de Campo Grande nunca recebeu reparos. Tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o prédio permanece abandonado e com muita sujeira, causada por usuários de drogas que frequentam o terreno na Rua 14 de Julho, perto da Feira Central.

Proposta de revitalização para o local recebeu o selo “+ ” em 2019, concedido pelo Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo), do Ministério do Turismo, a projetos que contribuem para a estruturação do setor, além de fomentar o desenvolvimento local e regional.

No caso da Rotunda, o projeto ganhou o selo pelo fato de Campo Grande compor o Mapa do Turismo Brasileiro (rota Caminho dos Ipês), possuir Fórum Municipal de Turismo, contar com o Plano Municipal de Turismo e atender a outras exigências do Prodetur.

“Receber o selo indica a validação da nossa proposta de reestruturar a Rotunda e dar vida ao local. Corremos atrás deste financiamento e estamos esperançosos para que ele saia e contemple nossa iniciativa”, analisou a superintendente de Turismo da Sectur, na época.

Croquis mostram como vai ficar prédio que está “ao Deus dará” (Foto: Arquivo)

 

Ganhando forma

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, mais de um ano depois, o projeto já foi finalizado e entregue para a Prefeitura da Capital dar continuidade em outubro de 2020.

O Iphan foi responsável apenas pela elaboração e desenvolvimento do projeto de revitalização da Rotunda. Já a etapa de execução da obra está a cargo do governo municipal.

“Desta forma, a superintendência do Iphan-MS enviou, no dia 13 de outubro de 2020, um ofício à prefeitura encaminhando o citado projeto completo e finalizado. Cabe esclarecer que nas etapas iniciais do desenvolvimento deste projeto, inclusive na elaboração do programa de necessidades, houve a preocupação desta autarquia de envolver a Secretaria de Cultura e Turismo do município, considerando que a gestão do imóvel é municipal”, esclareceu o Iphan-MS, à reportagem do MidiaMAIS, a respeito do andamento da revitalização.

O planejamento aponta, entre outras metas, construir áreas para que possam ocorrer eventos, oficinas, shows, exposições e espetáculos, além de uma biblioteca contemporânea com espaço de convivência social com acessibilidade aos mais diversos tipos de deficiências, sala de aula de dança, espaço para implantação de um em formato que permita flexibilizar a relação palco-plateia.

No papel

Ao Jornal Midiamax, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que “a Sectur e o Iphan estão em contato para a formalização da entrega do projeto arquitetônico (financiado pelo Iphan) de restauro da Rotunda e, finalizada essa fase, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo iniciará as tratativas quanto à execução da obra”.

A revitalização ainda nem começou e não há previsão de início para os trabalhos de reforma no local. Por enquanto, a nova cara da Rotunda é só um projeto que precisa de investimentos e atenção para sair do papel. À reportagem do MidiaMAIS, o Iphan-MS disponibilizou, com exclusividade, imagens de como deverá ficar o espaço após a reforma. Confira:

O projeto está dividido da seguinte maneira:

Rotunda – Edificação maior

  • Reserva Técnica – 38,64 m²
  • Espaço para exposições – 368,00 m²
  • Teatro com capacidade para 250 lugares
  • 03 salas multimídia
  • Complexo Administrativo
  • Café com cozinha industrial.
  • Cineclube
  • Banheiros
  • Espaço para eventos – 600,00 m²
  • Arquivo Histórico Municipal/Biblioteca – 500,00m²

Rotunda – Edificação Menor

  • Restaurante – 500,00 m²

Galpão – Sanitários

  • Sanitários e vestiários

Galpão das artes e pernoite

  • Ensaios teatrais – 111,00 m²
  • 02 Sala de musica – 45,00 m²
  • Ensaios de dança – 115,00 m²
  • 03 salas de oficina de artes
  • 05 salas para aulas de instrumentos.