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MidiaMAIS

Homem que convive com sucuris há 14 anos em MS revela por que nunca foi atacado

Quanto maiores as sucuris, mais tranquilo é o comportamento delas
João Ramos -
Na primeira imagem
Na primeira imagem

Vivendo há mais de 20 anos nas regiões de e do Pantanal sul-mato-grossense, o biólogo Daniel de Granville passou a conviver com as belas e majestosas sucuris do bioma há 14. Antes disso, ele era um curioso e interessado observador. Hoje, até “fala” com as cobras e ajuda a quebrar preconceitos que cercam a reputação deste animal.

Um de seus trabalhos é organizar pequenas expedições para fotógrafos profissionais e amadores que têm interesse em registrar a natureza da região. “Dentre os diversos temas para fotografar, as sucuris atraem muita atenção, pois na região de temos uma condição única no mundo. Em nenhuma outra parte do planeta é possível encontrá-las nadando em águas cristalinas como aqui. Na Amazônia, por exemplo, existem grandes sucuris também, mas os rios onde elas vivem são de águas naturalmente escuras e turvas, com pouca visibilidade”, explica ao Jornal Midiamax.

 
 
 
 
 
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Com pós-graduação em científico, o biólogo, nascido em Ribeirão Preto (SP), trabalha como fotógrafo da natureza, ministra workshops de fotografia e atua como guia para públicos de interesses especiais. Ele já ganhou diversos prêmios com suas fantásticas imagens e gosta de conduzir expedições com objetivos peculiares, como fotografar onças no Pantanal, mergulhar com sucuris ou nadar com botos na Amazônia.

O interesse pelas cobras passou a ser ofício somente em 2007, quando Daniel foi procurado por um cliente estrangeiro que gostaria de fazer registros fotográficos subaquáticos destas serpentes. “Foi então que comecei a me informar mais sobre as possibilidades e cuidados necessários para poder oferecer isto como uma atividade a quem se interessasse”, explica o fotógrafo.

 
 
 
 
 
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“É importante ressaltar que, apesar de ser biólogo, eu não possuo as licenças necessárias para realizar qualquer atividade científica com as sucuris, como captura, por exemplo. Então, nosso trabalho se resume apenas à observação e fotografia. Para garantir que não estamos impactando os animais durante estas atividades, nós sempre procuramos informações nos trabalhos científicos e com pesquisadores que estudam a espécie”, afirma Daniel.

Organizar todos os detalhes das expedições e propiciar as melhores oportunidades para que os interessados consigam as imagens das sucuris com toda a segurança necessária — tanto para eles, quanto para os animais — é o principal trabalho que o biólogo desenvolve com a espécie. 

 
 
 
 
 
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Esse serviço faz com que Daniel conviva todo esse tempo com as cobras, bem de perto. “Na maior parte das vezes, eu nem faço registros fotográficos, pois minha prioridade sempre é zelar pelo bem-estar das sucuris e dos meus clientes. Somente quando sinto que está tudo correndo tranquilamente, consigo pegar a câmera e fazer algumas imagens”, pontua.

“Além destes registros eventuais, eu sempre anoto os dias, horários e locais onde ocorreram nossos encontros com as sucuris. Isto nos ajuda a ter uma estatística sobre as ocorrências, pois esta é uma informação que muitas pessoas querem saber antes de decidir se inscrever em nossas expedições”, revela ao MidiaMAIS.

Quanto maiores, mais tranquilas

Depois de quase dois anos longe dos répteis, devido à pandemia, Daniel voltou a buscar sucuris em julho deste ano na região de Bonito. “A temporada onde há mais chances de vê-las é relativamente curta, somente durante nosso inverno (de julho a setembro), então nossas expedições só ocorrem neste período. Em 2020, devido à pandemia, decidimos cancelar todas as operações e as retomamos somente agora, após um intervalo de dois anos”, explica.

 
 
 
 
 
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Em quase duas décadas, felizmente, o fotógrafo diz que jamais passou por qualquer situação em que ele e seus clientes se sentissem ameaçados pelas sucuris e revela porque nunca foi atacado. “Isto se deve ao fato de sermos bastante rigorosos com as regras que os clientes devem seguir ao participarem das nossas atividades. Por exemplo, é proibido tocar nos animais e nossa equipe tem total autonomia para interromper a atividade se sentirmos que a está incomodada”, comenta.

“Em geral, quanto maiores elas são, mais tranquilo é seu comportamento. O mais interessante é que estes fotógrafos e cinegrafistas registram imagens raras do comportamento das sucuris, especialmente debaixo d’água, já que não existem estudos sobre isto. Praticamente tudo o que se sabe sobre sucuris na natureza refere-se ao seu comportamento em terra e não na água”, diz o biólogo.

 
 
 
 
 
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Mitos e preconceitos

Folclóricas e cercadas de mitos, essas serpentes, em especial, permeiam o imaginário de todo o planeta. No entanto, alguns conceitos ou representações incomodam o profissional que convive de perto com esses seres. Por isso, Daniel se esforça para desmistificar certo preconceito que ronda a espécie.

“Um dos motivos que me atraíram para esta espécie, além de serem muito imponentes e impressionantes pelo seu porte físico, é o fato de serem alvo de muitos preconceitos, de forma semelhante a animais como os tubarões e os morcegos, por exemplo. Nosso trabalho de divulgação ajuda a romper os mitos sobre as sucuris e despertar nas pessoas a admiração por elas, ao questionar o sensacionalismo de filmes como ‘Anaconda’ e outros. Percebemos que, no passado, muitas pessoas das áreas rurais tinham medo e torciam para que as sucuris não aparecessem em suas propriedades. Hoje, elas parecem ter orgulho de ter uma sucuri nos arredores e nos chamam para fotografar quando as encontram”, finaliza Daniel.

 
 
 
 
 
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