Um morador em situação de rua foi flagrado pela reportagem do Jornal Midiamax, na noite desta segunda-feira (25), cortando o cabelo de seu amigo em frente ao portão principal do Parque Laucídio Coelho, em Campo Grande. Ele pediu ajuda da população.

Identificado como Willian Oracio da Silva, 28 anos, estava mostrando o cuidado que os moradores de rua têm um com o outro. “Aqui é um ajudando o outro, tem que ser dessa forma”, comentou.

Ele disse que recebia bastante ajuda, mas devido às campanhas do poder público de ‘não dar esmola’, as ajudas diminuíram consideravelmente. “Muitas pessoas deixaram de ajudar”, lamenta.

Ele, que vive com a esposa na região do Parque Laucídio Coelho, bairro Vila Carvalho, pede para quem passar pelo local que o ajude com alimentos e roupas. Willian também fez questão de ressaltar que nem todo morador de rua é criminoso. “Só precisamos de oportunidade”, afirma.

Oportunidades

Nesta quarta-feira (27), a Prefeitura Municipal de Campo Grande por meio da Fundação Social do Trabalho (Funsat), irá atender os acolhidos da Casa de Passagem Resgate. A ação será das 8h às 11h.

Dando continuidade à Campanha “Não dê Esmolas dê Dignidade”, a Funsat em ação conjunta com a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), irá levar atendimento de carteira de trabalho digital e oferta de vagas de emprego aos acolhidos. A Funsat está ofertando 462 oportunidades que não exigem experiência, 104 que podem ser preenchidas por candidatos que possuem o ensino fundamental incompleto, 407 para ensino fundamental completo e 562 para pessoas que já concluíram o ensino médio.

Desde o início da Campanha, mais de 80 pessoas foram encaminhadas para o mercado de trabalho. A Funsat já realizou atendimento no Cedemi, UAIFA I e Pastoral do Migrante. Esse será o 5° atendimento voltado às pessoas em situação de vulnerabilidade.

O objetivo da ação conjunta lançada em agosto deste ano é divulgar para a população o trabalho realizado pela gestão municipal no sentido de garantir dignidade às pessoas em situação de rua, reforçando a importância de acionar os serviços da rede municipal de Assistência Social. As ajudas, que ocorrem muitas vezes nos semáforos, acabam sustentando este vício e fazendo com que recusem o atendimento que pode transformar a vida desta população.