Diretamente de Campo Grande, projeto de moda inclusiva é selecionado no SPFW
Com peças confortáveis e funcionais, estilistas de MS lutam por uma moda inclusiva e com propósito ao redor do país
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Nascido em terras campo-grandenses, o projeto ‘Bocaiuva Moda Inclusiva’ foi selecionado para o São Paulo Fashion Week + Regeneração, braço da maior mostra de moda brasileira, mas voltado para marcas que nasceram preocupadas com sustentabilidade e promovem ações pensadas nas gerações futuras. Nesse cenário, ‘Boicauva Moda Inclusiva’ foi selecionado para o evento com a proposta de apresentar peças estilosas, com conceito e propósito voltadas para as PcD (Pessoas com Deficiência).
O projeto é formado por Eduardo Alves, designer de moda e professor; Júlia Delphino Rodrigues Modesto, designer de moda e costureira; e por Luane Sales de Oliveira, designer e professora de Moda e Vestuário. Eles contaram ao Jornal Midiamax que a primeira semente da ‘Bocaiuva’ foi plantada em 2016, durante as Olimpíadas do Conhecimento.
“O Eduardo, então, abordou sobre a importância da moda inclusiva para a equipe, como também o conhecimento inicial para produzir moda inclusiva. Em 2016 ele participou do concurso de moda inclusiva novamente e conquistou o 1º e 2º lugar na categoria e logo depois apresentou o projeto em Brasília”, disse Luane.
Lá em Brasília, eles tiveram contato com um aluno de outra modalidade que era usuário de cadeira de rodas e ele ficou muito emocionado ao ver as peças. “A gente viu o quanto aquilo tinha importância na vida das pessoas. A gente se colocou no lugar daquela mãe que cuidava daquele filho, que provavelmente passa dificuldade para poder vestir o filho com roupas que encontramos hoje em dia. Nós ficamos em 2º lugar no Brasil com esse projeto”, comemoram.
Foi então que, em 2019, resolveram levar o trabalho adiante. Apesar de alguns planos terem sido suspensos por causa da pandemia, o projeto virou marca autenticada em Mato Grosso do Sul. Em 2021, eles se inscreveram e foram selecionados para o SPFW + Regeneração, que aconteceu entre 17 e 21 de novembro.
“O momento que vimos que fomos selecionados foi de êxtase, foi muito importante, nós ficamos muito emocionados. A gente não tinha a dimensão do tamanho que seria, a gente tinha noção de que seria algo muito importante, claro. Mas nós não tínhamos dimensão de que seria da forma que foi”, comemora Luane.
O futuro é colaborativo
Durante o evento da semana passada, Eduardo, Júlia e Luane tiveram várias mentorias com grandes nomes do Brasil, como Lala Deheinzelin, consultora em economia criativa brasileira, Graça Cabral e Paulo Borges, cro-criadores do São Paulo Fashion Week, e tantos outros. Numa esfera de parceria ao lado de outros projetos, os campo-grandenses descobriram lá que o futuro da moda é colaborativo.
“Foi uma correria, mas uma correria muito boa, uma correria que fez a gente avançar cinco anos em dois meses”, afirmou Luane.
Foi assim, então, que a marca ‘Boicaiuva Moda Inclusiva’ fez várias collabs com outros criativos participantes do São Paulo Fashion Week + Regeneração. De parceria em parceria, o projeto fechou co-criações com Valéria de Valério e Utopia 29.
“O Bocaiuva vai entrar com a parte de customização na adaptação das peças, nós vamos ensinar as pessoas das comunidades e com deficiência a fazer adaptações nas peças para facilitar o dia a dia. A Utopia 29 vai entrar para ensinar as pessoas a se expressarem através daquela peça. Então vai ser uma customização funcional e artística”, comemoraram os participantes.
Agora, os estilistas afirmam que um dos próximos passos é realizar o ‘Prêmio Bocaiuva Moda Inclusiva’ a partir de 2022 em setembro, mês da Pessoa com Deficiência. Com talk shows, palestras e concursos, a intenção é lutar por uma moda com propósito.
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