Desde que a pandemia do Covid-19 afetou , em março de 2020, as academias e centros esportivos tiveram que se adaptar às novas mudanças para continuarem oferecendo treinos aos alunos. Seja com medidas de biossegurança – como uso de máscaras e higiene constante dos aparelhos – ou pelo fechamento dos espaços, a verdade é que todo mundo precisou se reinventar para continuar com a rotina de treinos. Após o último decreto de Campo Grande, que mantém fechadas todas as atividades não essenciais até o dia 28 de março, espaços tiveram que apostar na criatividade para não saírem no prejuízo.

O empresário e representante da Associação das Academias de Mato Grosso do Sul (AAMS) Marcos Freire, de 26 anos, disse ao Midiamax que as academias vem se adaptando desde o início da pandemia. Além de mudanças no atendimento presencial, uma das maiores estratégias também foi apostar nas aulas online. Questionado sobre essa prática, disse que ela começou a ser mais frequente com a .

“Na primeira vez, há um ano atrás quando tivemos o , foi difícil pois era um momento de se reinventar. Com o último decreto do Prefeito, já estávamos mais habituados, e hoje conseguimos fazer aulas de uma forma mais organizada e que tenha mais adesão” comentou o representante da AAMS.

Mesmo assim, Marcos ainda percebe que muitos alunos ainda preferem malhar na academia para um treino mais seguro e eficiente com o profissional ao lado. Contudo, as aulas digitais podem ser ótimas substitutas enquanto os ambientes estão fechados e para quem não deseja frequentar presencialmente.

Aulas gravadas, lives, enquetes e compartilhamento de informação é o que tem ajudado professores e alunos a não saírem do ritmo. “Pandemia é um momento de se reinventar, de criar novas possibilidades e meios para nossos clientes, estude seu cliente e veja quais as melhores plataformas e formas de se comunicar e fazer ele se exercitar. E quem não estiver na internet, infelizmente está fadado à falência”, afirmou Marcos.

 

Essa é a dona Iracilda Alves, de 63 anos, treinando em casa. Ela se enquadra no grupo de risco do Covid-19 por causa da idade, mas isso não impediu que ela continuasse seus treinos. Para ela, basta um ambiente confortável, um computador ligado e disposição para conseguir fazer seus exercícios em segurança.

O desafio diário de pagar as contas

Ana Cláudia Ferraciolli e Rafael dos Santos Amaral, de 33 e 35 anos respectivamente, são casados e donos de academia localizada na rua Bahia, contam que também precisaram se adaptar às novas transformações e que a aula online foi uma alternativa para que eles não ficassem parados, tanto no primeiro lockdown – ocorrido no ano passado – quanto agora. Mas afirmam que o principal desafio é manter as contas pagas.

“Estamos literalmente sobrevivendo no balão de oxigênio, dia pós dia, para não fechar as portas. Continuamos trabalhando pelo respeito aos alunos e pelo amor ao que fazemos, pois acreditamos que lá na frente esse esforço será recompensado”, comentam os educadores físicos. Eles também contam que o início da pandemia foi um momento de surpresa, uma vez que precisaram mudar tudo muito rápido para conseguirem atender às novas exigências.

Com academias fechadas, instrutores e alunos mantêm treinos na internet
Academia se adapta às mudanças (Foto: Rafael Sá)

“Em março 2020 levamos um sustos e tivemos que fechar as portas da academia, achamos que seriam 2 semanas e ficamos 33 dias . Como somos uma academia convencional, não mandamos treinos individuais, gravamos aulas com algumas adaptações com o que podia usar em casa, também dicas de alongamento e aeróbicos”.

Depois que os atendimentos presenciais foram liberados, investiram em novas estratégias de segurança para os alunos malharem com segurança no espaço. Agora, com o novo decreto, as aulas voltaram ao formato digital. Questionados sobre a perspectiva da prática, ambos afirmam que não pretendem manter por muito tempo na academia, uma vez que o seu público prefere treinar presencialmente devido aos resultados alcançados.

“Os resultados através da aula online não são tão eficazes como aulas presenciais, porém, é possível sim manter uma vida fora do sedentarismo e também diminuir as dores da rotina de ficar sentado e os malefícios que isso causa”.

Adaptações momentâneas

Ana Gabriela Barbosa é estudante de direito e tem 22 anos. Acostumada com os treinos em centros esportivos, ela também precisou migrar as aulas para o ambiente doméstico. Ela disse ao Midiamax que sentiu dificuldade em se manter motivada nos primeiros dias, mas que depois pegou o ritmo.

Apesar de preferir treinar presencialmente nas academias, a estudante comenta que não se sente à vontade de fazer isso no momento por causa do Covid, então opta por assistir lives do ou Youtube. Nessa adaptação, ela usa os instrumentos que tem em casa para conseguir simular os utensílios da academia, como colchonete e mochila com livros dentro.

“Me acostumei com essa alternativa, me sinto mais à vontade, posso colocar uma música que eu gosto, posso fazer com mais calma e me concentrar mais”, comentou Ana Gabriela, que também falou que pretende manter os dois tipos de treinos, presenciais e online, quando for possível retornar com segurança aos espaços.

Assim, é possível perceber que as aulas online são opções momentâneas enquanto as academias estiverem fechadas. Na luta para enfrentar os desafios do Covid, esses empresários estão precisando se adaptar a todos os momentos para atender às restrições, apostar na criatividade e fidelizar alunos.