Uma confeiteira inexperiente chega a um reality show de renome nacional ao lado de grandes chefs da cozinha, é eliminada, volta na repescagem, se reformula e vence a competição depois de ser desacreditada. Parece história de novela né?

Mas não estamos falando da personagem de Juliana Paes na novela das 21h de Walcyr Carrasco “A Dona do Pedaço”, e sim o que aconteceu há 3 anos com a radicada campo-grandense Camila Poli ao vencer a 2ª temporada do Bake Off Brasil: Mão na Massa. Desde então, ela se encontrou na profissão.

Ingredientes principais

Camila nasceu em Três Corações, mas seu pai, militar, levou a família para morar em várias cidades do Brasil. A última foi aqui, em Campo Grande, onde a família se estabilizou e viveram por mais de 8 anos. Para ela, não existe parte chata na confeitaria. Camila nunca tinha estudado formalmente, aprendeu tudo sozinha ao olhar a mãe na cozinha fazendo delícias para a família.

“Desde menina adorava ver minha mãe, que é uma confeiteira de mão cheia mesmo não sendo profissional, fazer os bolos e eu ajudava. Com 15 anos senti que gostava muito disso e que era o que eu queria. Quando voltei para Porto Velho, onde morava na época, comecei a fazer tortas de frutas para os vizinhos, que era o que minha mãe tinha me ensinado”, relembrou a confeiteira em entrevista ao Jornal Midiamax.

Depois, durante um tempo parou de confeitar a pedido do pai para se dedicar ao estudos de profissões mais profissionais. É formada em duas faculdades: nutrição e direito, e nunca exerceu nenhuma. A paixão era pela culinária. Como amadora, morando em Campo Grande em 2013, começou a reproduzir receitas e testar as vendas.

Um pouco de fermento

“Em 2016 fui pra São Paulo, recém-formada em Direito, e em 20 dias morando lá recebi o link da inscrição do programa através de uma amiga. Fui selecionada e entrei, mas me sentia muito crua, já achava que ia sair no 1º dia. Tinha muita gente com mais experiência do que eu mas acho que entre elas eu era a que estava mais focada em vencer o programa e que era o que eu queria pra minha vida e provar para minha família que eu podia ser boa naquilo”, conta Camila.

Camila foi a 7ª eliminada do Bake Off Brasil – Mão na Massa, sendo eliminada no episódio 7, depois de um dia emocionalmente carregado. O bolo da primeira prova, uma de suas especialidades, não ficou como esperado. A borboleta não agradou à Camila, em nem aos jurados. A competidora chorou antes da avaliação por não estar contente com o que entregou e não estar fazendo juz ao trabalho da mãe.

Além, no ápice do azar, na segunda prova do 7º episódio, a torre de pão de Camila caiu logo após o fim da prova, acabando com as chances de avaliação dos chefes e certificando a eliminação da jovem estudante.

Porém, a confeiteira voltou à competição através da repescagem junto com Lucas no episódio 8, e teve o seu bolo eleito o melhor do episódio pelos jurados. Depois de voltar para competição na repescagem, consagrou-se a grande vencedora da temporada no episódio 15.

“Depois de ter sido eliminada foi quando eu pensei ‘vou ganhar esse programa’. Foi algo que eu não esperava, nunca imaginei que fosse ganhar. Mas quando voltei teve uma frase que a Ticiana Villas Boas, que era apresentadora do reality, disse que eu voltei como uma fênix. Tanto é que depois fiquei sempre entre os 3 melhores e ganhando o avental azul”, relata a confeiteira.

 

Doce, doce, doce

Após vencer o programa nacional, a confeiteira passou a fazer parte da produção do Bake Off Brasil pelos próximos 3 anos, principalmente nas edições Júnior, Bake Off SBT com as principais estrelas da emissora de Silvio Santos e o reality Fábrica de Casamentos, além de fazer cursos e se aprimorar profissionalmente.

Camila conta que a produção chegou a ser mais cansativa que participar do reality e que não imaginava que tanta gente trabalhasse por trás das câmeras para que a mágica acontecesse. Ela até lançou um livro, acompanhada da então apresentadora do programa Ticiana Villas Boas, chamado “Bake Off Brasil: Mão Na Massa”.

Depois de muito aprendizado na TV, e mesmo que tendo uma renda estabilizada, a confeiteira decidiu retornar a Campo Grande no ano passado e abrir sua própria confeitaria. Entre os projetos estão expandir o espaço de criação para acomodar clientes e vender os bolos na hora, além dos que já faz sob encomenda. Os cursos para ajuda outras mulheres a terem uma renda através dos doces também são uma opção.

“Eu queria mostrar o meu trabalho, então meu retorno para Campo Grande foi pra isso, montar meu ateliê e construir minha marca própria. Mas mesmo assim continuou fazendo algumas produções em São Paulo e volto. Quando estava morando lá me sentia um peixinho no oceano, aqui sou um peixe num aquário. A maneira que dei uma reviravolta na minha vida… acho que estou no caminho”, finaliza a confeiteira.

Ou seja, se você tem um sonho que só você acredita, “erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé… manda essa tristeza embora. Pode acreditar que um novo dia vai raiar, sua hora vai chegar!”, e mão na massa!