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‘Festa da Padroeira’ tem rifa de 3 carros a projeto em prol de dependentes químicos

Comeracçoes ocorrem entre os dias 17 a 25 de junho, em Campo Grande
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Comeracçoes ocorrem entre os dias 17 a 25 de junho, em

Começa neste sábado (17) mais uma edição da tradicional ‘Festa da Padroeira’, promovida pelo Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Campo Grande. Com nove dias de duração, o novenário segue até o dia 25 deste mês, com programação religiosa e social todos os dias e deve reunir cerca de 27 mil pessoas, de acordo com estimativa do Santuário.

Além de acesso gratuito, a ‘Festa da padroeira’ também tem caráter beneficente: neste ano, carros zero km serão rifados e a renda será revertida para o projeto social Chácara Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que atua na recuperação e ressocialização de dependentes químicos.

“A Festa da Padroeira é um momento em que celebramos nossa devoção a Mãe do Perpétuo Socorro. E uma das maneiras de demonstrar nossa gratidão, de fazer essa homenagem, é por meio do trabalho social. Nossa comunidade mantém um projeto que atua na recuperação de pessoas dependentes químicas, sem ajuda de governo algum, só pelos fiéis”, destaca o padre Dirson Gonçalves, pároco do Santuário.

As rifas, que custam apenas R$ 50, já estão à venda e sortearão três carros pelos números da Loteria Federal, sendo o primeiro prêmio um Grand Siena Fire Evo e o segundo e terceiro um Fiat Mobi Easy, cada um. “É o primeiro ano que a gente faz o sorteio com os três carros. Basta comprar um número que já concorre aos três veículos pelos números da loteria federal do dia 24 de junho”, detalha o pároco.

A festa movimentará todo o complexo do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Avenida Afonso Pena. No templo, ocorrerão as novenas e rezas de terço. Na área externa, ruas serão interditadas para darem espaço a atrações culturais como shows, quadrilha das crianças, pescaria, apresentações de dança e gastronomia junina.

Projeto Social

A Chácara Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um projeto que já caminha para o quarto ano de existência em Campo Grande. Atualmente, atende 10 pessoas do sexo masculino em procedimento terapêutico que visa a transformação de pessoas que sofrem com a dependência química, mas a sede passa por uma reforma, custeada pelos fiéis do Santuário, que triplicará a capacidade de atendimento.

Ao menos por nove meses, os homens atendidos pelo projeto recebem assistência médica e terapêutica, seguindo o protocolo dos 12 passos, apontado como um dos mais eficazes no combate à dependência química. Ao final desse processo, eles são reintegrados à família e recebem apoio na ressocialização.

“Esse projeto é oferecido pelos devotos, são eles que custeiam a recuperação dessas pessoas. Estamos salvando vidas, tem gente que já foi salva das drogas que está trabalhando e levando a vida em normalidade. E o que nós fazemos é um trabalho de acolhimento que devolve dignidade a essas pessoas”, relata padre Dirson.

O envolvimento nas atividades da paróquia também faz parte do tratamento. Nas quartas-feiras, são os próprios pacientes em recuperação que vendem os pães que produzem na Chácara, assim como auxiliam na dinâmica das novenas, no dia de maior movimentação do Santuário.

Gratidão e recuperação

José Messias é um dos recuperados pela Chácara (Foto - Guilherme Cavalcante/Midiamax)

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A Chácara integra, na verdade, uma espécie de rede de projetos semelhantes, desenvolvidos em três cidades do Paraná: Curitiba, Telêmaco Borba e Londrina. Em Campo Grande, a ampliação resultará em mais pessoas atendidas gratuitamente no combate ao uso de drogas e alcoolismo. O projeto, em andamento, resultará em uma obra com mais de 1.100 m2, com refeitório, dormitório, recepção, cozinha e outros espaços.

A ampliação do projeto desperta gratidão em José Messias de Oliveira, 53 anos, vendedor. Ele já foi atendido na Chácara e conseguiu superar o vício em drogas e álcool e atualmente coopera nas atividades do projeto.

“Passei 9 meses e 15 dias lá. Desde que eu cheguei fui muito bem recebido, bem tratado, fui acolhido maravilhosamente bem. Eu não tinha nenhuma espiritualidade, tinha coração duro, não tinha aceitação de nada. Mas, lá foi um dia de cada vez, fui mudando. Temos um terapeuta lá que ajudou muito na minha recuperação. No quarto mês eu já tive aceitação de que precisava para de usar drogas”, revela. 

Assim como Messias, dezenas de outros dependentes foram atendidos e a maior parte não sofreu recaída. “Posso dizer que depois de mais de 30 anos aprisionado pelo álcool e pelas drogas, eu renasci. Estava com sede de recuperação, porque minha vida era destruída. Eu tenho meus filhos e agora minha relação com eles melhorou. Tenho recomendações de participar das reuniões, missa, ficar no mínimo um ano focado na recuperação, não posso ainda simplesmente retomar minha vida, porque ainda estou em tratamento. Um dia de cada vez, seguindo as recomendações, abrindo o coração e mantendo o foco de que as coisas vão melhorar cada vez mais para mim”, acrescenta.

Notável êxito

Um dos Coordenadores da Chácara é André Luiz Rachid, que já foi um dos atendidos pela comunidade terapêutica, explica que os bons resultados são possíveis devido a um trabalho conjunto de disciplina, espiritualidade, de trabalho de autoconhecimento, automudança e a aceitação de que um novo estilo de vida, baseado em escolhas conscientes, torna-se necessário. Ele evita mensurar o sucesso das atividades porque, segundo ele, os números não expressam o que a liberdade das drogas promove na vida dos pacientes.

“Costumamos dizer que não trabalhamos com drogas, mas com mudança de comportamento. É Muito arriscado mensurar o nosso trabalho em números, costumo dizer que isso é sempre uma injustiça, com uma série de outras variáveis que não podem ser expressadas, através de números: a felicidade da família, a paz, novos valores, autoestima, amor-próprio, são coisas que não podem ser mensuradas através de números, mas se pegarmos o número de residentes que concluíram o tratamento e permanecem limpos, temos tido êxito”, explica.

Atividades

Disciplina e oração são palavras-chave presentes no processo terapêutico dos acolhidos, que também trabalham na Chácara desenvolvendo atividades do dia a dia, como faxina, cozinha, manutenção de grama, cuidados com os animais e a panificadora. No tratamento, não é utilizado qualquer tipo de medicamento. 

As famílias dos acolhidos também recebem assistência, pois são considerados co-dependentes, já que os problemas dos dependentes químicos também afetam outros membros da família. Na Chácara, elas trocam experiências na perspectiva do fortalecimento, para que, ao fim de nove meses, possam acolher novamente o ente querido em recuperação.

“Poder ampliar esse projeto é algo que nos trás muita felicidade, porque isso significa aumentar o número de pessoas que poderão ter a vida transformada”, conclui padre Dirson.

Confira a programação completa da ‘Festa da Padroeira abaixo. Outras informações em www.perpetuosocorroms.com.br.

'Festa da Padroeira' tem rifa de 3 carros a projeto em prol de dependentes químicos

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