Cães vivem no cemitério há um ano

Logo na entrada de um dos maiores cemitérios de Campo Grande, o cemitério Santo Amaro, um cantinho improvisado já chama a atenção: um paninho estendido, alguns comedouros com ração e água. Tudo muito simples para os moradores Sanches e Rosalina, a simpática duplinha de cães vira-lata que vivem ali, conforme relatos dos funcionários do cemitério. 

Os cachorros não se abalam com o local “diferente”, assustador ou triste para muitas pessoas, pelo contrário. Bem cuidados e muito alegres, chamam a atenção de coveiros, funcionários e até da vendedora de flores Lindinalva Costa Bezerra, 54 anos. “Eles não ficam sozinhos aqui não, ficam para lá e para cá, todo mundo gosta deles”, descreve. 

O funcionário do cemitério Marcos da Silva Vargas, 36 anos, diz que a administração do Cemitério é simpática à presença dos cães. No caso de Sanches e Rosalina, eles são apadrinhados pela farmacêutica-bioquímica Ilça Maria Roman, uma protetora independente que providenciou até a castração de Rosalina. Os cães estão lá há mais de um ano, são felizes e saudáveis. Sobre os nomes curiosos dos cães, uma fêmea e um macho, Marcos fala que homenageia um ex-coveiro. “Existia o coveiro Rosalino Sanches, e os cachorros gostavam muito dele, andavam com ele para lá e para cá. Aí demos o nome da fêmea de Rosalina e o nome do macho de Sanches”, relata. Todos os funcionários acham a história engraçada e dizem que o Sanches original não ficou bravo com a homenagem. 

 

Sanches em seu cantinho no hall do cemitério / Foto: Henrique Kawaminami

 

Pose para a foto

O frio que castigou a cidade neste feriado, na segunda-feira (14), também judiou um pouco dos nossos bichos de estimação, mas Sanches e Rosalina estavam muito bem abrigados na parte coberta da recepção do cemitério, com alguns panos de improviso. Um pouco de sol batia sobre alguns túmulos quando a reportagem do MidiaMAIS chegou, e o desafio foi mostrar os cães pelo Cemitério Santo Amaro. Mas Sanches e Rosalina estão acostumados à atenção e com um pouco de cafuné já foram fazer pose, mostrando a “casa”, ou os túmulos por onde passam e brincam.

 

Duplinha na maior pose sobre alguns túmulos / Foto: Henrique Kawaminami

 

Ninguém sabe dizer muito bem como os cães chegaram ali e com que idade, mas segundo os funcionários do local, eles adoram seguir para lá e para cá os coveiros que estão trabalhando. Em dias onde o Cemitério lota, os cachorros são atração também para quem vai visitar um ente querido que já partiu. Mas não adianta querer abandonar cães e gatos por ali, já que o Cemitério possui segurança e os únicos cães autorizados a viver ali são Sanches e Rosalina. Além disso, eles são cuidados pelos funcionários, que garantem a segurança dos bichinhos o tempo todo. “Eles adoram morar aqui”, resume a florista Lindinalva.

 

* Matéria editada às 17h de 16/06/2016 para correção de informações.