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Na Praça da Bolívia, histórias e personagens tornam local um reduto cultural

Feira reúne diversos artistas e fomentadores da cultura
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Feira reúne diversos artistas e fomentadores da cultura

Além de ser uma opção para quem procura por atividades culturais nos segundos domingos do mês, o projeto Domingo Cultural é um evento já carregado de muita história. Ele ocorre na Praça da , localizada no bairro Coophafé, desde 2005. O evento, que tem como carro chefe as danças e comidas típicas do país vizinho, também é aberto a outras manifestações culturais que não estão relacionadas à Bolívia.

Sua fundação veio da ação do músico, topógrafo e ambientalista Edgar Mancilla, falecido em 2013, e de sua esposa, a música, artesã e artista plástica Miska Thomé. Edgar, que era boliviano, sugeriu o nome de “Praça da República da Bolívia”, em homenagem ao país tão próximo e cuja cultura é ainda pouco conhecida pelos campo-grandenses.

Presença da cultura boliviana

No ano de 2009, foi feito o convite para que o grupo T’ikai (que em quéchua significa ‘florescer’), que apresenta danças típicas da Bolívia, para coordenar o projeto. Ingra Padilha, 33, que é participante do grupo, tornou-se então uma das organizadoras. “Além de mais um espaço público, temos palco aberto tanto para artistas já renomados, quanto para os novos”.

Ela lembra que a participação dos habitantes da cidade também foi necessária para manter a iniciativa viva. “Nesses últimos anos, o espaço tem movimentado mais. Graças à população, conseguimos fazer e, assim, instituições privadas e públicas apoiam”.

Ingra aponta a importância de haver um espaço para a cultura boliviana, mas ressalta que este não é o único propósito do evento. “O interesse maior é integrar todas as culturas presentes no estado. Cada mês, trazemos um folclore de um lugar diferente e apresentamos alguma coisa sobre ele”. Ela também lembra o papel importante desempenhado pelo grupo T’ikai. “Não se conhecia as danças bolivianas, as apresentações surgiram da nossa ideia”.

Frequentadores assíduos

Marluce Freire, 47, que é gerente de pessoa jurídica de um banco na capital, traz a família para a feira há dez anos. De , mora na capital há 27 anos e considera o projeto uma das melhores iniciativas culturais feitas na cidade. “O astral é muito bom para pessoas, famílias, crianças. Para quem quer quer algo para se sentir bem, é aqui. Esse tipo de ação é muito importante para desenvolver a cidade culturalmente”.

Para o advogado Mário Fonseca, 42, que frequenta todas as edições da feira há quatro anos, ela é um espaço para entretenimento e apoio à arte local. “Moro longe, mas venho sempre prestigiar este evento tradicional. Gosto da cultura boliviana e os organizadores são pessoas que batalham, é importante prestigiar e valorizar nossos artistas”.

Ícones do local

Um dos personagens da feira é o artesão, artista de teatro e agitador cultural Jorge de Barros, 53, que faz comércio de artesanatos reaproveitando sementes, madeiras e resíduos. Jorge lembra o papel social de ações como o Domingo Cultural. “A questão da arte não é só fazer, é se posicionar politicamente”.

Ele trabalha na feira desde o início dela, há dez anos. Além disso, também se apresenta como diretor e intérprete de teatro de fantoches. Os bonecos são feitos pelo próprio Jorge, em parceria com Flávia Silveira, 36, que com ele coordena o grupo de teatro Guavira. Flávia trabalha artesanato em metal e faz parte da feira desde 2008, quando voltou da Argentina, onde viveu alguns anos.

O músico José Geraldo Ferreira, 62, conhecido como Zé Geral, é um dos artistas que se apresentam frequentemente no local. “Não sei se vim na primeira semana, mas vim em uma das primeiras. Foi a Miska, junto com o Edgar, que me chamou no começo”.

Zé era o organizador de um dos pontos culturais mais conhecidos da cidade, o Sarau do Zé Geral. Ele aponta a semelhança entre seu evento e o realizado na praça. “A diferença daqui para o sarau é só a hora e o dia”.

Para ele, ações como o Domingo Cultural são importantes, mas a cultura do estado carece de incentivo. “Hoje trabalho na Fundação de Cultura, mas não recebo incentivo. Se tivesse um cargo maior, muita coisa não ia acontecer. Olha só, fazem evento em que R$ 2 milhões vão pelo ralo, mas não tem R$ 2 mil para artistas locais”.

O fabricante de bumerangue, poeta e artesão Paulo César Palma da Silva, 42 – o Pablo do Bumerangue –, também frequenta o evento há anos. “O Edgar me convidou no centro e comecei a vir. A energia dele nunca deixou de estar presente. Estou aqui desde uns três meses antes dele morrer, há uns quatro anos”. Ele carrega boas lembranças do amigo, e considera sua memória muito importante. “A semente do Edgar é fundamental, é preciso lembrar o que ele fez por esse lugar”.

(Com supervisão de Daiane Libero)

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