Manoel ‘faz’ cem anos e a sua poesia está por aí, impressa na cultura de MS
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O vínculo do poeta Manoel de Barros, cujo centenário é comemorado nesta segunda-feira (19), com Mato Grosso do Sul, continua firme e forte. Falecido em 2014, aos 97 anos, o artista nascido em Cuiabá (MT), mas que viveu sua vida em uma casinha simples em Campo Grande, marcou para sempre a história da poesia aqui e em todo Brasil. Em suas tantas poesias, ele jamais escondeu o amor pelo Pantanal. Seu centenário terá algumas atrações para o público de Campo Grande.
Nesta segunda-feira (19), o Sesc de Mato Grosso do Sul continua com sua mostra homenageando Manoel de Barros. Em novembro, o Sesc realizou a abertura das comemorações dos 100 anos do poeta Manoel de Barros com uma exposição artística, intervenções, oficinas e outras atividades. Quem quiser visitar a mostra, ela está instalada até janeiro na Morada dos Baís, no andar superior à exposição permanente de Lídia Baís. Com fotos originais do poeta, também apresenta versos nas paredes e uma árvore que sai da escrivaninha enquanto elementos da obra de Manoel de Barros ganham vida. A Morada dos Baís fica na Av. Noroeste com a Afonso Pena, e a mostra é gratuita.
Avenida Poeta Manoel de Barros
O prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) sancionou no dia 14 de dezembro a mudança de nome da Avenida do Poeta para Avenida Poeta Manoel de Barros. A publicação foi feita na edição de quarta-feira (14) do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande). Para quem não se recorda, essa é uma das avenidas principais do Parque dos Poderes, onde se localizam prédios públicos do Governo e várias secretarias. Segundo a prefeitura, a mudança corrobora com o peso do poeta para Mato Grosso do Sul.
Nascido em Cuiabá em 1916, Manoel de Barros era filho do capataz João Venceslau Barros. Viveu por muitos anos em Corumbá (MS), antes de se mudar para a capital sul-mato-grossense. Ainda criança, passava longas temporadas na fazenda do pai, no Pantanal, onde desenvolveu o olhar para os movimentos da natureza. Engana-se, porém, quem o vê como um “poeta do Pantanal”, rótulo que ele sempre recusou. “A poesia mexe com palavras e não com paisagens”, justificava.
Nos anos 1980, admiradores famosos de seus versos, como Millôr Fernandes e Antônio Houaiss, começaram a divulgar poemas de Manoel de Barros, ou a citá-lo em colunas de jornais. Já Carlos Drummond de Andrade chegou a declarar que o cuiabano era o “maior poeta brasileiro” vivo. O sucesso do filme “Caramujo-flor” (1989), do cineasta sul-mato-grossense Joel Pizzini, ensaio visual baseado na vida e na obra de Manoel, foi também responsável pelo reconhecimento tardio. Sua morte deixou uma lacuna na cultura da poesia brasileira.
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