Na semana das mães, o carro chefe foi de rosas artificiais 

Faça sol ou faça chuva, seu Cícero Firmino, 51 anos, está impecavelmente vendendo suveniers na calçada da Rua 14 de Julho. Para ele não tem tempo ruim e todo santo dia, sai de casa para ir até o centro da cidade vender o que o dia pedir. Trajando uma camisa de linho manga longa, calça social, sapato engraxado e um penteado aprumado, seu Cícero vai conquistando a freguesia.

Se tiver chovendo, arrisca na venda de guarda-chuvas. Se tiver sol e for data festiva, como 7 de Setembro ou Aniversário da Cidade, onde há desfiles nas ruas, vende guarda-chuva também. Como dissemos, não tem tempo ruim para o vendedor.

Nós do MidiaMAIS, encontramos seu Cícero na manhã deste sábado (9), vendendo flores artificiais. Com um balde de plástico todo recheado de rosas numa mão e na outra, uma sacola também cheia de rosas que garante a reposição, ele anunciava a venda das rosas às mães de quem passava pelo local. Sobre estar trabalhando na rua, sem endereço fixo, ele diz: “Meu negócio é lidar com o povão, eu fico doente quando não estou perto do povo, aqui é meu escritório”.

O mais engraçado é que, quando dissemos que com ele não tem tempo ruim, não tem mesmo. Cícero anda conforme a carruagem, ou seja, ele vende conforme o mercado pede. Ao ser questionado sobre qual época do ano é a que mais rende, ele enfatiza: “dia das crianças é o que mais me dá lucro, vendi uma mola maluca que foi feito água e, também, outro produto que me lembro, foi o baby [da família dinissauro], aquela época foi uma das melhores”.

De altos e baixos, acompanhando o calendário festivos, lá se vão 20 anos. Nesse tempo, seu Cícero criou dois filhos – Elton e Viviane e ainda sustenta a casa sozinho. Se ele é feliz? Sim, e muito. Mesmo engasgando o choro, olha só o depoimento dele: “Felicidade é ter paz dentro do coração, trabalho com vontade e acredito no que faço e sigo feliz, porque meu coração tem paz”.