A história de amor dos dois foge de tudo que você já viu ou leu por aí

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Esse é o trecho de uma das mais lindas passagens bíblicas onde o título ressalta que o amor é um dom supremo. No mês em que comemora-se o Dia dos Namorados, a data mais apaixonada do ano, o MidiaMAIS – dentro da série #TEAMO, resolveu contar a história de alguns casais e esta, em especial chamou muito a minha atenção.

A passagem citada no começo diz que o amor tudo suporta. E no caso do casal Esther Segismundo e Adriano Pessoa teve que suportar tudo mesmo, principalmente a distância. Dizem que a internet veio pra aproximar as pessoas e, no caso dos nossos entrevistados, essa função foi cumprida com sucesso, já que foi através dela que eles se conheceram. 

Porém, a história de amor dos dois foge de tudo que você já viu ou leu por aí. Esther morava em Vila Velha, no Espírito Santo e Adriano aqui em Campo Grande. Tudo começou em 2002 em uma sala de bate-papo. Adriano tinha apenas 17 anos e Esther 18 anos quando uma amizade confidente começou. Depois de perceber que tinham muita coisa em comum a conversa saiu da sala e passou a ser feita por email e pelo extinto MSN.

Mas quando tudo parecia ir bem, o vínculo dos dois acabou sendo quebrado no mesmo ano. “Eu fiquei de 2002 a 2005 sem falar com ele porque não tinha mais acesso à internet. Nesse período comecei a namorar e ele também, então perdemos contato. Só voltamos a nos falar em 2005 quando comecei a trabalhar”,conta Esther.

Esther diz que em uma tarde qualquer recebeu um email de Adriano e não se conteve de felicidade. A partir daí passaram a se falar todos os dias por email, mas só no período em que ela estava no trabalho porque não tinha acesso à internet em casa.

Papo vai e papo vem, a relação que até então era só de amizade começou a mexer com os sentimentos de Esther, que acabou tomando iniciativa e pediu Adriano em namoro. Isso mesmo, ela quem fez o pedido. “Ele tava demorando muito”, destaca ela em meio a risos.

Mas ainda não foi dessa vez que a amizade confidente virou namoro. Por ter saído recentemente de um relacionamento, Adriano disse que estava cauteloso e como bom cristão pediu para que Esther orasse para saber qual seria a vontade de Deus para a vida deles. Ela concordou com Adriano, mas no final de cada conversa destacava o carinho por ele que crescia dentro de si.

“Continuávamos a conversar normalmente, mas no final de cada conversa, quando nos despedíamos, eu colocava um coração. Mas ele não colocava nada. Aí Deus foi agindo, até que em um belo dia ele colocou o tão sonhado coração, que eu tanto esperava”, conta Esther. O namoro foi então oficializado em novembro de 2005.

Até aqui a história ainda está dentro do “normal”, afinal em uma era cada vez mais tecnológica, muitas pessoas se conhecem pela internet e mantém um bom relacionamento assim. O detalhe em questão é que eles já se conheciam há três anos, estavam namorando, mas nunca haviam se visto pessoalmente. A oportunidade apareceu na formatura de Adriano no ano seguinte, mas a família de Esther não permitiu que ela saísse de Vila Velha com destino a Campo Grande por não conhecer o rapaz.

Até que enfim!

Mas o grande encontro que o casal tanto sonhava chegou no fim de 2006 no casamento do irmão de Esther celebrado em Brasília. Esther diz que foi muito engraçado. “Todos estavam naquela expectativa porque conheciam nossa história. Estavam querendo até fazer uma pegadinha comigo, escondendo ele e dizendo que não tinha ido. Que maldade”.

O local do primeiro encontro de Esther e Adriano foi na rodoviária de Brasília dia 18 de dezembro de 2006. “Foi quando demos nosso primeiro beijo”, conta o casal. “As pernas tremiam, o coração acelerava, a mão suava”, diz Esther destacando a sensação de ver seu amado pela primeira vez.

Mas a felicidade durou pouco tempo. O irmão de Esther casou no dia seguinte, em um sábado, e no domingo a tarde ela voltou para Vila Velha e ele para Campo Grande. Mas antes Adriano fez questão de ir pedir a mão de Esther em namoro para o pai dela. “No fim da noite de sábado ele pediu para o meu pai para namorar comigo. Foi quando minha família passou a aceitar ele”, diz Esther.

A partir daí o casal diz que passavam horas conversando por telefone e também pelo MSN. Usavam as madrugadas para colocar o papo em dia e tentar diminuir a saudade já que o próximo encontro só aconteceu em abril de 2007 no aniversário de Esther. Nesta data eles resolveram dar um grande passo na relação, decidiram que iriam casar.

E sabe quem fez o pedido? Não foi Adriano não. Mais uma vez Esther saiu na frente, mas dessa vez eles não precisaram pensar muito, já tinham certeza de que o amor deles era abençoado por Deus. Adriano viajou com a mãe até Vila Velha e quando voltou para Campo Grande começou a planejar o casamento. Ele aqui e ela lá.

Depois desse dia o casal só se viu novamente um ano depois, em junho de 2008, no casamento da irmã de Adriano. Foi quando Esther veio pela primeira vez para Campo Grande. A data do casamento foi então marcada. Decidiram que seria dia 20 de junho do ano seguinte e seria realizado na cidade natal da noiva. Esther diz que não foi fácil planejar tudo, já que Adriano ajudava muito, mas à distância.

E quando parece que a história já está inusitada demais, Esther me aparece com um “casamos por procuração”. Pedi pra ela me explicar direito essa história e foi quase isso mesmo. Adriano não poderia ir até Vila Velha dar entrada na papelada do casamento, então teve que enviar uma procuração autorizando que o irmão de Esther assinasse o que fosse preciso. Mas não foi tão fácil assim.

“Deu problema no cartório de Vila Velha porque eles não aceitaram uma cláusula. O prazo já estava acabando e o documento teve que voltar para Campo Grande. Levou ainda uns meses pra chegar. Conseguimos em cima da hora,” explica Esther.

Depois da parte burocrática resolvida e de passarem um ano sem ser ver, chegou o dia de dizer o sim. Dia 19 de junho o casal oficializou o casamento no civil e no dia seguinte foi a vez que receber a bênção de Deus no altar.

Mas os acontecimentos inusitados presentes desde o começo da relação do casal não os deixaram nem no dia do casamento. “ O casamento estava marcado para as 19h30. Estava tudo pronto e ele [Adriano] me deixou no salão. Mas no horário em que a mulher ia me arrumar a minha mãe ainda estava sendo arrumada”, conta Esther.

E não para por aí não. Ela disse que a pessoa que iria buscá-la no salão acabou esquecendo de ir. “Ele tava todo tranquilo e sossegado, sentado no banco da igreja. Arrumaram outra pessoa, só consegui entrar na igreja às 21h30, mas casamos em uma cerimônia linda”, destaca.

Assim que casaram Esther se mudou para Campo Grande. A adaptação não foi fácil, já que não conhecia ninguém além da família de Adriano, mas ela tirou de letra. Em 2012 ela engravidou do primeiro filho do casal, uma linda menina de olhos azuis.

Dia 20 deste mês Esther e Adriano fazem 6 anos de casados com uma história que renderia fácil um bom filme. Esther conta que muitos diziam que esse relacionamento era “fogo de palha”, que não duraria muito, mas como dizia Roger Bussy-Rabuti, a distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.