A diferença de preço entre mercados e feiras chega a incríveis 463%

“Em casa nós tentamos comer orgânicos, mas no mercado é muito caro, quando tem, na verdade. A saída é encontrar feirinhas onde é muito mais barato”, diz Luana Rodrigues, 26 anos.

É supercomplicado encontrar produtos orgânicos em Campo Grande. Até existem algumas hortas e feiras distantes, mas não faço ideia de onde ficam”, reforça Mariana Callejas Dib.

“Se tivesse perto de casa, se fosse mais barato eu até consumiria mais. Por enquanto eu tento”, diz Amanda Leal.

Foi pensando em experiências como as relatadas pelas três, que um mapa interativo com endereço e horário de funcionamento de feiras orgânicas em todo Brasil foi criado. O projeto promete salvar quem não está nem um pouco a fim de consumir veneno.

Nós do MidiaMAIS testamos, e sim, o mapa funciona. Em Campo Grande três feiras aparecem listadas, e com endereços corretos.

O mapa foi desenvolvido pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em parceria com o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC) e apresenta a localização exata de todas as feiras orgânicas presentes nas capitais do país.

Seja por ideologia, seja por restrição médica, a alimentação saudável tem ganhado cada vez mais espaço na mesa do consumidor, mas segue em falta nos mercados e custa muito caro.

Pesquisa do Idec realizada em 2010 mostra que a diferença de valor de um mesmo produto em relação ao supermercado chega a incríveis 463%! Logo, quem reclama do valor dos produtos, está coberto de razão.

Mirian Coura Aveiro, coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), explica que o mercado existe e a demanda é grande. Mas dificuldades com a legislação e, principalmente, na produção, impedem a expansão da oferta. “Muitas vezes o produtor toma todos os cuidados, não usa veneno, mas o vizinho não toma os mesmo cuidados então é bem difícil”, diz.

Um dos projetos da incubadora é a feira agroecológica que funciona todas as terças-feiras nos corredores da Universidade. Por lá, muitas pessoas afirmam que deixaram de consumir agrotóxicos por recomendação médica. “Tem gente que simplesmente não pode comer legumes e verduras vendidas em mercados. É uma questão de saúde além de ideologia”, diz Mirian.

De acordo com Mirian, alguns projetos têm sido desenvolvidos para ampliar a produção de orgânicos. “Estamos trabalhando para viabilizar a criação de um assentamento que só se produza alimentos orgânicos.”, pelo menos 80 famílias já demonstraram interesse em participar do projeto. Os consumidores agradecem!