O presidente licenciado da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, afirmou na tarde de hoje que foi surpreendido na noite de ontem com o “teatro” montado pelo ex-presidente Laucídio Coelho Neto, que usou a tribuna do auditório da entidade para desferir uma série de acusações e críticas contra a administração do atual presidente, em momento considerado por Maia como inoportuno e intempestivo, uma vez que a assembleia fora convocada para definir a data e horário das eleições para a nova diretoria da Acrissul. “Foi um ato deselegante e desrespeitoso à diretoria e aos associados presentes”, ressaltou.

Para Maia, Laucídio teve pelo menos dois momentos para expressar sua opinião: quando foi convocado (e não compareceu) como conselheiro da Acrissul e, também, quando foi convocado e igualmente não compareceu como associado em assembleia geral que aprovou as contas da Acrissul. “Ninguém questionou a conduta dos membros da diretoria e nem a inédita demonstração contábil porque tudo é feito dentro dos mais rigorosos critérios de lisura e transparência”, afirmou Maia.

Para Francisco Maia, que é candidato à reeleição no dia 8 de agosto, o sucesso de sua gestão incomoda o ex-presidente, que deixou a entidade à míngua e sob protestos e cobranças das mais diversas, num montante de R$ 3,284 milhões. “Desse montante mais de R$ 1 milhão de dívidas pessoais com o ex-presidente, que não contestamos. Apenas renegociamos e pagamos. A Acrissul, reafirmou, não deve atualmente nada a ninguém. O ex-presidente, que esteve dez anos à frente da entidade tem de aceitar que o tempo dele já passou. Senão, que ele mande seu preposto (José Lemos Monteiro) retirar sua candidatura e que o Laucídio seja o cabeça da chapa. Esse é o nosso desafio”, sublinha Maia, que destaca: “pelo menos assim teremos debate, porque o Zeito foge dos debates”.

Inverdades

Segundo Maia, as colocações feitas por Laucídio não tem consistência. “As acusações de uso indevido de recursos da associação e propaganda enganosa terão de ser provadas. Estamos entrando com uma interpelação judicial para que o ex-presidente prove suas assertivas”, afirma Maia. “Eu pergunto se a fazenda dele (Laucídio) foi penhorada por causa de aval que ele deu em dívidas da Acrissul. Eu respondo que não, porque fomos a São Paulo e transformamos a conta do Bradesco em investimentos na Expogrande. E pagamos a dívida. Como pagamos a dívida que a Acrissul tinha com o Laucídio, renegociando R$ 1 milhão em dívida da entidade com ele pelo valor de R$ 300 mil. Eu mesmo levei o dinheiro. Será que ele vai dizer agora que também não recebeu?”

Em sua gestão, afirma Maia, a Acrissul conseguiu a isenção do IPTU do parque de exposições junto à prefeitura de Campo Grande, o que nunca foi feito antes. “Pactuamos a dívida acumulada durante 10 anos da gestão de Laucídio e não devemos um centavo em parcelamentos com a Previdência”, afirmou o presidente licenciado. Segundo ele, a certidão negativa (CND) de débitos com o INSS estava valendo até o dia 7 de junho. A certidão empunhada ontem por Laucídio dizendo que a Acrissul tinha pendências é fruto de um erro de lançamento de data do INSS sobre a folha de pagamento de abril, no valor de R$ 17.896,19, pago em 17 de maio, mas que teve o lançamento da data errado e a Previdência exigiu uma retificação, que já foi feita pelo setor contábil e nesta quarta-feira (29) a CND já estará disponível. A dívida parcelada está em dias também. A próxima parcela de R$ 6.577,87 vence no dia 30 de junho.

“Ao afirmar que a diretoria da Acrissul mentiu sobre os números da Expogrande, que vendeu cerca de 30 mil cabeças e ele diz ter relatório da Iagro de 9 mil, o ex-presidente está sendo leviano e desrespeitoso com as leiloeiras. Por que uma leiloeira, que tem compromissos com os órgãos de fiscalização estadual e federal iria vender 9 mil cabeças e dizer que vendeu 30 mil?”, indaga Maia.

Representatividade

Para Maia, a Acrissul vive um novo momento. “Nunca a entidade esteve tão envolvida de forma responsável na luta pelos interesses do agronegócio regional: derrubamos o Funrural, questionamos o Fundersul, lutamos pela aprovação do Código Florestal, combatemos a ida de Antônio Russo Neto para o Senado, debatemos com o governo do Estado mecanismos para minimizar o impacto dos tributos sobre o produto rural, pressionamos o Incra para resolver questões fundiárias, estamos difundindo a sustentabilidade na pecuária e elevando o nome do Pantanal. Esses são os sinais do novo tempo. É preciso somente aceitar que as coisas mudaram”, finaliza Maia.