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O fim do ‘Joga no Google’? Como as buscas em redes sociais estão transformando o jornalismo

No passado, jornalistas precisavam consultar livros em bibliotecas para confirmar informações. No presente, basta apenas uma pesquisa no Google. Ou será que não? Existe um “substituto” ao Google?
Júlio Brandão -
Imagem de Tyler Franta no Unsplash

O é uma das profissões que mais se modificou com o advento da internet. Infelizmente, as mudanças ruins superam as boas em número, mas os aspectos positivos não podem ser deixados de lado. O alcance aos públicos, por exemplo, nunca foi tão expansivo quanto a partir das redes sociais.

Assim como outras atividades profissionais, o trabalho remoto se tornou quase um “default” para o jornalismo, considerando a quantidade de tarefas que podem ser realizadas na frente do PC. O contato com fontes, pesquisas em base de dados e uma série de outros pontos indispensáveis ao jornalismo.

Nesse texto vamos falar especificamente sobre a troca do pelas redes sociais como ferramenta de trabalho. Quais são as razões para essa mudança? E os seus benefícios? Para responder a essas (e outras) perguntas iremos utilizar dados de uma pesquisa da ExpressVPN analisando as novas gerações.

1. Possibilidade de entrar em contato com as fontes diretamente

Uma das razões citadas pelos entrevistados da ExpressVPN para trocar o Google pelas redes sociais é a chance de interagir diretamente com outras pessoas e obter a perspectiva delas. Entre 25% e 32% dos internautas citaram essa razão, e ela é uma que condiz com as intenções de jornalistas na internet.

Muito mais importante do que somente descobrir o que um indivíduo falou para um outro veículo de notícias é ter a chance de perguntar diretamente. Considerando que a maioria das pessoas utiliza as redes sociais, elas se tornam excelentes plataformas para entrar em contato com as melhores fontes.

2. Informações mais acuradas e com atualizações em tempo real

O segundo jeito como as redes sociais estão transformando a pesquisa jornalística se relaciona com os dados obtidos. Na maioria das vezes, sites oficiais de organizações são as melhores fontes, mas e quando o que se busca não são números, mas declarações? Nesse caso, redes sociais saem na frente.

O X é o melhor exemplo, se tratando de uma espécie de “diário”, onde indivíduos postam mensagens àqueles que as seguem. Declarações importantes de figuras públicas podem até ser apagadas, mas se elas foram capturadas na breve janela de tempo em que estiveram no ar, essa informação se mantém.

3. “Insight” quanto às opiniões de comunidades e nichos variados

Documentários jornalísticos estão entre as produções audiovisuais mais importantes de todas desde antes da internet se tornar a presença absoluta que é hoje. Muitos deles requerem a imersão para que os jornalistas obtenham “insights” sobre o assunto que estão pesquisando e desejam transmitir.

Levando em conta que as redes sociais são berços de comunidades variadas, essa se torna outra razão pela qual as redes podem ser mais interessantes do que uma simples pesquisa no Google. A ideia é “colocar a mão na massa” e ter acesso a opiniões exclusivas de comunidades inteiras nas redes sociais.

4. Conteúdo multimídia com boas informações via imagens e vídeos

Fechando a lista está uma quarta razão citada por entrevistados da ExpressVPN: a presença de tipos de conteúdo audiovisuais mais interativos. As gerações colocam esse motivo em extremos (43% para os mais jovens e 24% aos mais velhos), mas o benefício para os profissionais do jornalismo é notável.

Como pudemos perceber a partir dos dados da pesquisa da ExpressVPN, redes sociais estão mudando (e moldando) pesquisas no presente, mas o Google ainda tem enorme valor como anexador de todo tipo de mídias. Aos jornalistas, o mais importante é sempre ter um arsenal de pesquisas rico e variado.

5. Identificação de tendências antes da grande mídia

Uma das vantagens mais marcantes das redes sociais na pesquisa jornalística é a possibilidade de identificar tendências antes que elas cheguem à grande mídia. Em plataformas como TikTok, X e Reddit, novos assuntos podem ganhar tração rapidamente, permitindo que jornalistas monitorem temas emergentes e antecipem pautas que podem se tornar relevantes em um futuro próximo.

Esse processo de “escuta ativa” nas redes possibilita coberturas mais ágeis e aprofundadas, já que os profissionais podem acompanhar debates em tempo real, identificar padrões de comportamento e até prever quais temas terão impacto no noticiário. Além disso, hashtags e tópicos virais ajudam a mapear acontecimentos de forma orgânica, sem a necessidade de aguardar a filtragem dos mecanismos de busca tradicionais.

Dessa forma, o uso estratégico das redes sociais permite que o jornalismo se mantenha não apenas atualizado, mas também à frente das tendências, oferecendo ao público conteúdos mais relevantes e contextualizados no momento em que eles estão se desenrolando.

6. Humanização das reportagens por meio de histórias pessoais

Outra transformação significativa que as redes sociais trouxeram para o jornalismo é a facilidade de encontrar histórias pessoais que humanizam as reportagens. Em plataformas como TikTok, e Facebook, usuários compartilham experiências de forma espontânea, muitas vezes relatando situações que poderiam passar despercebidas pela grande mídia.

Essas narrativas individuais são essenciais para dar rosto e voz a temas complexos, tornando as matérias mais próximas do público. Um exemplo disso é a cobertura de crises humanitárias ou problemas sociais, onde depoimentos diretos ajudam a ilustrar o impacto real dos acontecimentos. Além disso, vídeos caseiros, postagens detalhadas e comentários de usuários podem fornecer novos ângulos sobre um tema, enriquecendo a apuração jornalística.

Ao explorar essas histórias nas redes sociais, os jornalistas conseguem não apenas ampliar suas fontes, mas também criar conteúdos mais envolventes e autênticos, conectando-se de forma mais próxima com os leitores.

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