Curso de biologia foi fechado na Uniderp por não ter atingido quórum
Mais de 30 acadêmicos estão revoltados com o fechamento do curso de Biologia da Uniderp Anhanguera, universidade de Campo Grande. Segundo os estudantes, a faculdade fechou o curso com menos de duas semanas de duração, falta de quórum.
O aviso, dado na última quarta-feira (11), pegou os 33 alunos de supetão. “Deixaram a gente na mão. Deveriam ter avisado no primeiro dia de aula”, opina Flávia Soliani, de 22 anos. A jovem está indignada: mudou de trabalho para fazer o curso. Além disso, contratou o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e já pagou o primeiro semestre à Anhanguera.
“Não tem o que fazer, nem transferência dá para pedir, pois já passou a data. E a faculdade não ofereceu nada, só que a gente esperasse até julho ou que trocasse de curso. Se a gente quisesse outro curso não teríamos prestado biologia”, critica. “Ninguém quer outro curso. Queremos uma solução“, frisa outra aluna, Silvia Penteado, de 21 anos.
Revolta
O cancelamento afetou a vida e os sonhos dos 33 alunos. Flávia revelou que há alunos de São Gabriel do Oeste e de Terenos, que se mudaram para a Capital só para fazer o curso. “É um descaso muito grande com todo mundo”.
O operador de telemarketing Rodrigo Alencar, de 19 anos, afirmou que todos estão revoltados. “Muita gente saiu prejudicada com o fechamento do curso”. Os colegas de sala têm grupo no WhatsApp e cogitam até processar a Uniderp.
Rodrigo citou a própria Flávia e três rapazes que teriam parado de trabalhar para estudar como exemplo do tanto que o cancelamento do curso afetou a vida dos alunos. “A Uniderp não deu nenhum tipo de apoio e tampouco se importou com a gente”.
O jovem não entendeu a argumentação da faculdade do baixo número de alunos. “Falaram que eram poucos. Tem turmas de outros anos que abriram com bem menos gente”, ressalta.
Outro lado
A Anhanguera-Uniderp declarou que o edital do vestibular disponibilizava 90 vagas para o curso de Ciências Biológicas e estabelecia que a turma deveria ter o mínimo de 60% das vagas preenchidas.
A universidade ainda afirmou ter informado previamente os alunos acerca da possibilidade de não formação de turma, caso não houvesse preenchimento do quórum mínimo exigido.
Dever de auxiliar
A equipe de reportagem contatou o MEC (Ministério da Educação), que confirmou que a instituição tem autonomia para cancelar o curso, mas também tem a responsabilidade de auxiliar os alunos na transferência de universidade e na transferência do Fies.
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