The New York Times enfoca epidemia de suicídio guarani-kaiowá

Nos últimos 11 anos, pelo menos 616 indígenas foram assassinados no país

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Nos últimos 11 anos, pelo menos 616 indígenas foram assassinados no país

A chamada “epidemia” de suicídios de indígenas em Mato Grosso do Sul foi foco de matéria do jornalista multimídia e cineasta Charles Lyons, no diário norte-americano, The New Yort Times. Confira trecho da matéria:

“Amigos e familiares se reuniram em torno do corpo inerte de um menino de 15 anos de idade, colocado para fora em uma cama de uma cabana de palha próxima à cidade brasileira de Iguatemi, perto da fronteira com o Paraguai. Um xamã balançou um pequeno chocalho de madeira enquanto canta e dança – ritos finais para mais uma vítima de uma epidemia de suicídios que tem atormentado os índios Guarani no estado brasileiro do Mato Grosso do Sul.

O menino, Dedson Garcete, havia se enforcado – um dos 36 suicídios entre os membros da tribo em 2014, até setembro, e um dos cerca de 500 entre a tribo de 45.000 desde 2004, de acordo com Zelik Trajber, um pediatra da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, no Mato Grosso do Sul.

Os dados do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil referentes a 2013 evidenciam que a política indigenista em curso no país é omissa no que tange ao cumprimento das diversas obrigações constitucionais e da efetivação dos direitos indígenas. O Mato Grosso do Sul continua sendo o estado que mais viola os direitos indígenas. Em 2013 foram registradas no estado 33 vítimas de assassinatos (62% do total no país). Clique aqui para ler o relatório

Suicídio coletivo

Conforme noticiou o Douradosagora, em 2012, a comunidade Pyelito Kue ficou nacionalmente conhecida quando divulgou carta de repúdio à decisão judicial que determinou a reintegração de posse da área que ocupavam. À época, eles disseram que a determinação da Justiça levaria a um suicídio coletivo de toda a comunidade, já que a sobrevivência dos indígenas na região estaria inviabilizada.

A carta gerou comoção nacional e manifestações a favor da causa indígena em diversas capitais de todo o mundo. As redes sociais também foram utilizadas pela sociedade para manifestar apoio à comunidade.

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