Sem noção do perigo, adolescentes usam cerol livremente para empinar pipas na Capital
Nas ruas do Jardim Panamá, é possível encontrar, com facilidade, adolescentes usando cerol nas pipas
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Nas ruas do Jardim Panamá, é possível encontrar, com facilidade, adolescentes usando cerol nas pipas
Motociclistas da região do Jardim Panamá, em Campo Grande, alertam para o uso, comum, de cerol entre os adolescentes do bairro. Segundo eles, é extremamente normal encontrar meninos empinando pipas cujas linhas estão cheias dessa substância cortante, que pode perfurar o pescoço de uma pessoa com facilidade.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi até o Jardim Panamá e contabilizou cerca de 50 adolescentes empinando pipas, na tarde desta quinta-feira (8). Deste total, a maioria usa a substância proibida.
O vendedor Mário Gonçalves, de 35 anos, que mora na região há mais de cinco anos, afirma que já precisou desviar diversas vezes das linhas para não se ferir. “Uma vez eu quase caí da moto. Graças a Deus eu nunca me cortei. Tenho muito medo disso, pois vemos na mídia algumas notícias terríveis”, conta.
Outro motociclista, Rodrigo Lisboa da Silva, de 45 anos, diz que é preciso tomar medidas para evitar que alguma desgraça aconteça em breve. “Isso não pode continuar assim”, diz.
A reportagem encontrou um menor de 18 anos, cujo nome não foi divulgado, que estava com a linha da pipa arrebentada. “Alguém que usa cerol acabou de cortar minha pipa”, lamenta o menino.
Já o adolescente identificado apenas por Maicon, de 19 anos, ressalta que empina pipa, mas não usa cerol, contudo, ele conta que já cortou o dedo algumas vezes por usar o material em sua linha. “Hoje eu não uso mais, porém, antigamente eu usei bastante. Cortei o dedo e a mão várias vezes”, diz.
O estudante Antônio, de 18 anos, faz uma ressalva. Segundo ele, os meninos que moram no bairro não usam cerol, mas os visitastes costumam usar normalmente. “Já cortaram a minha pipa várias vezes, acho que pelo menos dez vezes. Mas o pessoal daqui não usa cerol”, pondera.
Penalizações
De acordo com a delegada Rôzeman Geise Rodrigues de Paula, da Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude, tantos os menores quanto os maiores de 18 anos podem ser penalizados. Segundo ela, entre as espécies de crimes estão a exposição a perigo e a lesão corporal.
“Os menores respondem com medidas sócio-educativas, que vão de uma simples repreensão até uma internação em uma unidade especializada. Já os maiores de 18 anos podem ser enquadrados, até mesmo, em tentativa ou em homicídio, em caso de morte de uma pessoa”, explica.
A delegada conclui afirmando que formulará uma ordem de serviço a fim de enviar uma equipe à região. Desta forma, os menores e seus familiares serão abordados e orientados sobre os riscos desta prática.
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