Vizinhos de crianças confundidas com assaltantes dizem que brincar com arma falsa é comum
Bairro considerado violento e com população composta em sua maioria de famílias de baixa renda, as opções de lazer para as crianças no bairro Dom Antônio Barbosa são poucas e com isso a improvisação é a principal saída. O episódio envolvendo três crianças, uma de 12 anos e duas de 13, no último domingo (23) […]
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Bairro considerado violento e com população composta em sua maioria de famílias de baixa renda, as opções de lazer para as crianças no bairro Dom Antônio Barbosa são poucas e com isso a improvisação é a principal saída.
O episódio envolvendo três crianças, uma de 12 anos e duas de 13, no último domingo (23) quando brincavam de bandido e polícia e foram confundidos com assaltantes provocou muita discussão, mas no bairro, a brincadeira é considerada normal.
Na padaria onde aconteceu o episódio, na principal avenida do bairro, a Evelina Selingardi, a mulher que estava atendendo as crianças confirmou que sabia que era brincadeira.
“Eu vi que era brincadeira, mas isso é brincadeira sem graça nenhuma. E os culpados não são os meninos, isso vem de cima. De uma forma geral todos têm uma parcela de culpa.Os pais que deixam as crianças brincarem com arma de brinquedo, as autoridades, que não dão condições de vida melhor para a população com melhores opções de diversão e até mesmo os fabricantes que colocam no mercado brinquedos com o formato de arma. É muito complicado”, afirmou.
Neste caso, o rigor dos policiais também chamou a atenção. Uma viatura policial estava fazendo rondas pelo local e deparou-se com a cena: dois meninos mascarados (estavam com camisas cobrindo a cabeça) apontando armas para um terceiro,dentro de uma padaria.
“Eles já desceram com tudo. Deram pancadas nos garotos e não quiseram nem conversar. Eles viram que as armas eram de brinquedo, mas levaram para a delegacia e trataram os meninos como se fossem ladrões”, afirmou a mãe de um dos envolvidos.
Ela relatou ainda que por conta do episódio, o seu filho foi excluído da escolinha de futebol do bairro. “Era uma brincadeira de criança. Está certo que é feio, mas não deveriam tratar com tanto rigor assim. Agora vou ver se consigo recuperar a vaga dele”, afirmou.
O garoto, pequeno e franzino, ainda aparentava estar assustado com todo o assunto. “Eu gosto de jogar futebol e videogame, mas o vídeo de casa está quebrado e resolvemos brincar de polícia e ladrão. Aqui no bairro praticamente todo mundo da nossa idade tem uma arma de brinquedo e brinca na rua. Não queria assustar ninguém”, afirmou.
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