Pelo menos 28 pessoas morreram neste sábado no Iraque, principalmente com o uso de bombas por parte de militantes, que explodiram uma importante ponte que unia a capital ao norte do país.

Mais de 800 pessoas morreram ao longo do mês de janeiro no país, um balanço agravado pelos confrontos entre as forças de segurança e as forças antigovernamentais na província de Al Anbar, oeste de Bagdá.

Em função desses combates, mais de 140.000 pessoas fugiram da região, no maior deslocamento populacional em cinco anos no país, indicou a ONU na sexta-feira.

Centenas de milhares de iraquianos abandonaram suas casas durante a pior onda de violência sectária entre 2006 e 2007 no Iraque, no momento em que as tropas americanas continuavam mobilizadas no país desde sua invasão em 2003.

Desde então, grande parte dos deslocados retornaram para suas regiões de origem.

Bairros inteiros de Ramadi, capital da província de Al-Anbar, assim como a totalidade da cidade vizinha de Fallujah, 60 km a oeste de Bagdá, foram conquistados por combatentes antigoverno há algumas semanas.

Desde então, o exército realiza operações para tentar retomar o controle desses bairros das mãos dos insurgentes, entre os quais combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), um grupo ligado à Al-Qaeda.

O premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, um xiita, pediu aos moradores da província para “tomar uma posição” contra os insurgentes, insistindo que era “hora de acabar com este problema e acabar com a presença de gangues na cidade”.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que recebeu na quarta-feira o chefe do Parlamento iraquiano, Osama al-Nujaifi, exortou por sua vez Bagdá “a continuar o diálogo para que as reivindicações legítimas de todas as comunidades possam ser tratadas através do processo político”.

Diplomatas e especialistas temem que a violência não pare de aumentar enquanto a comunidade sunita continue a ser marginalizada.