Em dezembro de 2013, o músico André Ribas gravou vídeo satirizando o valor do cachê para tocar na noite em Campo Grande. Na gravação, ele diz que capinar lote dá mais dinheiro.O vídeo teve mais de 7 mil compartilhamentos no Facebook. Nove meses depois, o vídeo ainda é atual: os músicos campo-grandenses continuam recebendo R$ 100 por show.

“Fiz para mostrar a situação dos músicos aqui. Muitos trabalham em dobro para compensar, outros vão para fora para ganhar mais. Estamos com o cachê defasado há 10 anos. R$ 100 em 2004 era uma coisa, hoje é outra”, relata Ribas.

Depois da grande repercussão da gravação, o músico resolveu entrar no Simatec-MS (Sindicato dos Músicos, Artistas e Técnicos de Som de Mato Grosso do Sul), fundado há cinco meses, onde batalha por definição de piso para a classe.

“Definiremos até o fim do ano um piso para tocar na noite em Campo Grande. Em São Paulo, o cachê é de R$ 600 por show. É preciso valorizar os músicos daqui”, reforça Ribas. O Sindicato estuda o valor do piso, mas adianta que o cachê ficará entre R$ 150 e R$ 220. 

O projeto

O Simatec-MS fará reunião na Câmara dos Vereadores nesta segunda-feira (22) e levará o projeto do piso dos músicos para votação na Assembleia. Depois oficializarão o projeto no Ministério do Trabalho e no Ministério Público, para que vire lei. “Até o fim do ano, nenhum músico vai tocar mais por R$ 100 por noite”, garante Ribas.

O músico pede para que os artistas de Campo Grande procurem o Simatec-MS no Facebook para fazerem cadastro, que é gratuito. “Nesta batalha é importante somar, quanto mais assinaturas tivermos, melhor para conseguirmos o piso”, explica.

Confira o vídeo abaixo.