Venda de imóveis cai 45,3% no 1º trimestre

O mercado de imóveis residenciais novos da cidade de São Paulo caiu no primeiro trimestre deste ano. Entre janeiro e março, foram vendidas 3.755 unidades, um número 45,3% menor em relação a igual período de 2013. Os lançamentos somaram 3.909 unidades, volume 26,6% abaixo do registrado no primeiro trimestre do ano passado, aponta a pesquisa […]

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O mercado de imóveis residenciais novos da cidade de São Paulo caiu no primeiro trimestre deste ano. Entre janeiro e março, foram vendidas 3.755 unidades, um número 45,3% menor em relação a igual período de 2013. Os lançamentos somaram 3.909 unidades, volume 26,6% abaixo do registrado no primeiro trimestre do ano passado, aponta a pesquisa do Secovi-SP.

Na análise do economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, a percepção de que a economia hoje está pior do que no início do ano passado pode ter adiado a decisão de compra e financiamento de imóveis. No entanto, ele observa que, além da questão conjuntural, existem dois outros fatores que contribuíram para esse resultado.

O primeiro é que o primeiro trimestre de 2013 foi excepcionalmente bom tanto em vendas como em lançamentos, o que amplia a base de comparação e afeta negativamente a variação anual. O segundo fator é que o Carnaval deste ano foi tardio e atrapalhou as vendas, segundo o economista. “Tivemos apenas três finais de semana de trabalho em março.”

Para o coordenador do índice de preços de imóveis prontos FipeZap, Eduardo Zylberstajn, a retração nas vendas de imóveis e nos lançamentos só reforça a percepção de que o cenário do mercado imobiliário mudou e que o ciclo de alta de vendas e de preços ficou para trás. “Temos um cenário de incertezas, com eleição, Copa do Mundo e a queda na demanda já se refletiu nos preços, que, neste ano, perdem para a inflação”, disse.

Segundo a coordenadora de Projetos de Construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo, o mercado imobiliário está mais “pé no chão”. Segundo a economista, o que está afetando esse mercado são as incertezas em relação à economia que deterioram tanto as expectativas dos empresários como a dos consumidores. Ela pondera, no entanto, que o desempenho do primeiro trimestre de 2013 foi “surpreendente” e isso fortaleceu a base comparação e contribuiu para a queda da variação anual. Outro ponto destacado pela economista foi o grande número de feriados neste ano. Além disso, existem incertezas em relação ao novo Plano Diretor de São Paulo, o que pode afetar investimentos.

De toda forma, Ana Maria ressaltou que a dinâmica do mercado imobiliário mudou. Isto é, o período no qual se vendia, de forma quase generalizada, um empreendimento em um fim de semana não existe mais.

Ciclo. Zylberstajn, do FipeZap, disse que não há estudos para o Brasil, mas que para os países da OCDE os ciclos de crescimento do mercado imobiliário têm duração de seis anos. Levando-se em conta que o ciclo atual começou em 2008 e usando os parâmetros dos países da OCDE, esse período de forte crescimento estaria perto do fim. “A grande dúvida é o que será do mercado daqui para a frente: estabilidade ou crise?”

Petrucci, do Secovi-SP, ressaltou que, apesar de reconhecer que a Copa e as eleições podem atrapalhar o desempenho do setor, as previsões para o ano ainda estão mantidas. Isto é, serão lançadas e vendidas cerca de 35 mil unidades na cidade de São Paulo e o desempenho de 2013 será repetido neste ano.

“Estamos otimistas”, disse Petrucci. O otimismo do economista-chefe do Secovi-SP se baseia em algumas premissas que ainda estariam valendo: “as pessoas continuam precisando de imóveis para morar, os recursos financeiros são abundantes e baratos e o nível de desemprego é favorável”.

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