Depois de uma rebelião na Unidade Educacional de Internação (Unei) Dom Bosco na última sexta-feira (14), do pedido de interdição total do prédio por parte da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e de uma ação,que aponta irregularidades no atendimento aos internos, a Justiça determinou que novas intervenções da Polícia Militar nas Uneis sejam sempre informadas à Secretaria Estado Justiça Segurança Pública (Sejusp).

O ofício com a decisão foi recebido pelo superintendente de Assistência Socioeducativa das Uneis, Rubens Grandini nesta sexta-feira (21). Para ele, a medida poderá causar transtornos e até tragédias em casos de rebelião. “É uma ordem que precisa ser refletida. Enquanto estiver valendo vamos cumprir, mas se em um caso de emergência formos depender de ordem judicial, o resultado pode ser catastrófico”, diz. 

Segundo Grandini, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros somente são acionados quando os agentes da Unei, que não trabalham armados com armas letais, percebem que não poderão conter o motim ou desordem sem auxílio. O superintendente cita o último motim dos internos, que aconteceu na sexta-feira passada. “Se não fosse a PM entrar rapidamente, poderia acontecer igual o que aconteceu na Boate Kiss, porque os internos estavam queimando colchões e a fumaça é tóxica”, exemplifica.

Entre os problemas citados por Grandini para que a ordem seja cumprida está o horário em que são registrados a maior parte dos motins. Segundo ele, a maiores parte das rebeliões acontecem fora do horário de expediente. “Se não houver pronta intervenção poderá atender tragédias, dentro das Uneis”, alerta.