O Corinthians se apresentou para a temporada 2014 na última segunda-feira com um grupo praticamente sem novidades no elenco – a única contratação confirmada é a do lateral esquerdo Uendel, ex-Ponte Preta. A principal cara nova do clube não é nenhum jogador: o técnico Mano Menezes, que admite não contar com nenhuma contratação bombástica como a que recebeu para 2009, com a chegada impactante de Ronaldo.

“Se estiver esperando, pode tirar o cavalinho da chuva”, brincou o diretor de futebol Roberto de Andrade, quando perguntado se Mano poderia esperar um “reforço fenomenal” para 2014. E o técnico seguiu o discurso do dirigente. “Não costumo criar muitas expectativas que não tenham muitas chances de se realizar, por questão de inteligência. Mas estou satisfeito com o grupo de jogadores, eles provaram qualidade dentro de campo”, disse Mano.

Mas se uma grande estrela não deve chegar ao Parque São Jorge em 2014, é possível dizer que outra já está lá. Alexandre Pato foi contratado pelo valor recorde de 15 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões) no início do ano passado e, apesar de ter sido o vice-artilheiro do time com 17 gols – um a menos que Guerrero – não agradou à torcida. Para Mano, o desempenho abaixo das expectativas na primeira temporada é bastante comum.

“Alexandre Pato está inserido na normalidade do futebol. Quando se faz uma contração desse porte, ninguém discute absolutamente nada, mas às vezes as coisas precisam de um certo tempo. Penso que essa primeira etapa foi extremamente rica em detalhes, para que a segunda produza resultados cada vez maiores”, afirmou o treinador.

Pato e Mano têm história juntos na Seleção Brasileira – o jogador foi o centroavante titular do técnico na campanha da Copa América 2011, quando o time foi eliminado nas quartas de final pelo Paraguai. Mas ao menos publicamente, o novo comandante alvinegro prefere não focar as atenções na recuperação do camisa 7. Segundo ele, o mais importante é a equipe seguir com um coletivo forte.

“Tive oportunidade de trabalhar com ele na Seleção Brasileira, mas é desnecessário falar muito sobre o Pato. Essas questões individuais não gosto muito de abordar, senão entra em uma seara em que não pode falar individualmente de algumas coisas, a discussão fica um pouco vazia. Pato é um grande jogador, tem capacidade técnica indiscutível, como outros jogadores do grupo também. O mais importante é ter uma equipe forte, que tenha mecânica, sistema, coletividade. Quando ela for forte dessa maneira, as individualidades vão sobressair, ora uns, ora outros”, avaliou.