A professora Rosemary de Morais, 58, que foi reconhecida como filha do ex-vice-presidente José Alencar pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG), afirmou que não busca a fortuna deixada pelo empresário. “Eu só quero ter uma casa, um conforto, não quero tudo o que ele tem”, afirmou em entrevista concedida ao programa de televisão “Fantástico”, da Rede Globo.

O TJ-MG reconheceu Rosemary como filha de José Alencar no dia 27 de fevereiro. A decisão, porém, só foi publicada na última quinta-feira (7) no Diário oficial do Estado. O tribunal confirmou a sentença de primeira instância emitida em 2010 na comarca de Caratinga, onde o processo tramitava desde 2001.

A ação corre em segredo de justiça. Antes de morrer em 2011, o ex-vice-presidente José Alencar chegou a comentar o caso, mas sem admitir que Rosemary era sua filha. Ele teria se recusado a fazer o teste de DNA. Seu corpo foi cremado e a decisão foi tomada com base na “presunção de paternidade”.

Segundo o advogado José Diogo Bastos Neto, que representa a família de José Alencar, a decisão não é final. A família vai recorrer da sentença junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele definiu como “fantasia” a história de Rosemary e disse que ela teria interesse em “receber parte da herança”.

Questionada sobre a certeza de ser filha do ex-vice-presidente, Rosemary de Morais afirmou que confia no depoimento de sua mãe e de testemunhas que saberiam do caso à época. “Eu queria muito que ele me conhecesse”, disse Rosemary, que lamentou a morte do empresário fundador da Coteminas. Ela disse que espera pela decisão do STJ. “Eu quero que essa história tenha um fim”.