Quase 40.000 civis fugiram recentemente dos incêndios e dos saques cometidos por milícias em Darfur, uma região do oeste do Sudão devastada pela guerra e pela violência há 11 anos, segundo dados obtidos nesta terça-feira pela AFP.

Nos acampamentos de Kalma e Al-Salam, situados perto de Nyala, capital do estado de Darfur do Sul, a Organização Internacional de Migrações (OIM) registrou respectivamente 5.473 e 14.015 novas chegadas, afirmou nesta terça-feira Mario Lito Malanca, chefe da missão da OIM no Sudão.

Estes deslocamentos se somam às cerca de 20.000 pessoas contabilizadas pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM) no povoado de Saniya Deleiba, a 35 km de Nyala.

Darfur já contava com quase dois milhões de deslocados devido aos 11 anos de guerra entre os rebeldes e as elites árabes de Cartum e aos combates recentes entre milícias árabes que disputa a terra, a água e os direitos de mineração.

As testemunhas denunciam saques, violência contra civis e o incêndio de aldeias nos últimos dias, informou a missão conjunta ONU-União Africana em Darfur (Minuad).