Cerca de 15 mil manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protestaram nesta quarta-feira em , contra o que chamam de “paralisia” da reforma agrária durante o governo da presidente Dilma Rousseff.

Os protestos resultaram em confrontos com a polícia – que confirmou que 30 policiais ficaram feridos, sendo oito deles com gravidade, com “pedras, pedaços de pau e barras de ferro” na Praça dos Três Poderes, quando os manifestantes derrubaram as grades laterais do Congresso.

Já o MST afirmou em seu site que a manifestação ocorria de forma pacífica até que “bombas de efeito moral e gás de pimenta foram lançados contra a multidão que se acumulou em frente do (Supremo Tribunal Federal)”.

Congresso

Os manifestantes estão em Brasília para participar do Congresso Nacional do MST, que começou segunda-feira.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, participou do evento e admitiu dificuldades na reforma agrária, mas negou omissão do governo. Nesta quarta, ele desceu do Palácio do Planalto para receber uma carta-manifesto entregue por lideranças do MST.

“De fato, nós não conseguimos evoluir na reforma agrária no ritmo que gostaríamos. Tivemos muitos problemas. Mas eles (camponeses) também reconhecem que os programas de apoio governamental foram essenciais”, disse Carvalho no evento de segunda, citando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que estimulam o comércio de alimentos produzidos por agricultores familiares.

O MST, porém, afirma que o ritmo da reforma é uma “vergonha”. “No último ano, foram assentadas sete mil famílias,  só o MST tem 90 mil famílias debaixo da lona preta. No total, são 150 mil famílias acampadas no Brasil, muitas delas há mais de 10 anos”.